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Segunda vacina contra a Covid-19 de Cuba entra na fase final de testes

Testes com humanos devem acabar em julho. Governo aguarda finalização de imunizantes locais para iniciar campanha de vacinação na ilha

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Pessoa com luva azul manuseando tubos de ensaio
1 de 1 Pessoa com luva azul manuseando tubos de ensaio - Foto: CDC/Unsplash

Nesta quinta-feira (18/3), autoridades reguladoras de medicamentos de Cuba deram sinal verde para os testes clínicos da segunda candidata à vacina contra o coronavírus desenvolvida no país. Conhecidos mundialmente pela ampla experiência na criação e exportação de imunizantes, a nação já conta com uma vacina experimental em fase final de testes, a Soberana 2.

O segundo imunizante chama-se Abdala, em homenagem a um poema de José Marti, herói cubano da independência do século 19. Assim como a Soberana 2, o medicamento tem como alvo a proteína Spike do Sars-CoV-2, responsável pela ligação do vírus com as células humanas.

A nação caribenha, de administração comunista, é uma das poucas que não deram início à vacinação contra a Covid-19. As autoridades públicas esperam a finalização das vacinas cubanas para começar a campanha nacional de imunização.

Os testes de fase 3 – quando a fórmula é avaliada em humanos – da Soberana 2 começaram no início deste mês. O imunizante pode ser o primeiro desenvolvido e fabricado na América Latina. O medicamento será aplicado em duas doses em 44 mil voluntários entre 19 e 80 anos. Caso apresente bons resultados, a vacina cubana será usada para imunizar toda a população da ilha. O governo local afirma que as doses também serão exportadas, e turistas poderão recebê-las caso queiram.

O governo cubano pretende iniciar testes semelhantes com a vacina Abdala. Para isso, as autoridades estão recrutando cerca de 48 mil voluntários com idades entre 19 e 80 anos nas províncias orientais de Cuba. O ensaio da vacina, que será aplicada em três doses, será randomizado e controlado com placebo. Os testes estão programados para a próxima semana, segundo o registro oficial de Cuba de ensaios clínicos.

A previsão é que o estudo seja concluído em julho, com os primeiros resultados previstos para publicação em revistas científicas especializadas em agosto. Além de vacinar a população, a ideia do governo cubano é vender o imunizante para outros países.

Atualmente, Cuba vive um dos períodos mais críticos da pandemia. A ilha de 11 milhões de habitantes está registrando de 600 a mil casos diários, embora suas contagens cumulativas de casos e mortes em 64.414 e 384, respectivamente, permaneçam bem abaixo das médias globais per capita.

A expectativa do governo local é vacinar toda a população da ilha ainda este ano, com uma das cinco vacinas experimentais em desenvolvimento no país até agora. De acordo com informações da Reuters, especialistas criticam a decisão cubana de adiar o início da imunização com vacinas já aprovadas, uma vez que a medida deixa mais vulneráveis setores da população local.

Veja como são as etapas de estudo das vacinas:

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