Saúde sobre falas de Bolsonaro: “Não mudam as nossas orientações”
Secretário-executivo da pasta diz que as recomendações seguem as mesmas e que o ministério “não jogará fósforo em uma casa em chamas”
atualizado
Compartilhar notícia
Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (27/03), o secretário-executivo do ministério da Saúde, João Gabbardo, afirmou que o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro quanto às medidas de quarentena no país não mudam as orientações da pasta. “Não vamos fazer análise, mas o discurso do presidente não modifica em nada as orientações do MS. Seguimos orientando a lavagem de mãos, que pacientes com sintomas fiquem em isolamento, maiores de 60 anos e comorbidade também fiquem isolados e aglomerações sejam evitadas”, explica o secretário.
Os posicionamentos do presidente, que pede o fim do isolamento e a volta “ao movimento normal”, isolando apenas idosos, dividiram opiniões nesta semana. A discussão ganhou novo ingrediente nesta sexta depois que o prefeito da cidade de Milão, na Itália, pediu desculpas públicas por ter rejeitado as medidas de distanciamento social quando o novo coronavírus chegava à cidade. “Foi um erro. Ninguém tinha entendido o perigo do vírus”, disse Giuseppe Sala, responsável por uma das maiores cidades do país europeu.
O ministério da Saúde tem sido questionado repetidas vezes sobre às polêmicas levantadas por Bolsonaro e, nesta sexta, o secretário-executivo pediu uma espécie de trégua. “Imagine uma casa que está incendiando. Nós temos alternativas. Tem gente com extintor, outros com escada, equipamentos mais sofisticados. Todos querem combater. A nossa missão [do ministério] é tirar as pessoas que estão lá dentro. Vamos tentar tirar todas. Não esperem que o ministério da Saúde jogue mais um fósforo, abane pra aumentar o fogo”, disse.