Saúde mental: pais devem ficar alertas a sinais de comportamento
Um adolescente de 17 anos e um jovem de 25 abriram fogo contra alunos de uma escola em Suzano, São Paulo, e se mataram em seguida
atualizado
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Na manhã desta quarta-feira (13/3), um adolescente de 17 anos e um jovem de 25 abriram fogo contra alunos e funcionários de uma escola em Suzano, São Paulo. Horas antes do atentado, o atirador mais jovem, identificado como Guilherme Taucci Monteiro postou, em suas redes sociais, imagens segurando uma pistola (usada no tiroteio) e com uma máscara de caveira, com a qual foi encontrado.
Segundo a conselheira do Conselho Federal de Psicologia, Iolete Ribeiro, psicóloga especialista na área da infância e adolescência, é importante que os pais acompanhem a rotina dos filhos desde pequenos, mantenham o diálogo diário, para detectar qualquer mudança no comportamento. “Devem perguntar como está na escola, monitorar as relações de amizade. A adolescência traz muitos desafios de convivência e muitas vezes detalhes importantes passam desapercebidos”, explica a especialista.
Ela conta ainda que jovens com dificuldade em construir vínculos, com poucos amigos, tendências de isolamento, comportamentos rebeldes e reclamações contínuas devem ser acompanhados de perto. “Temos um olhar muito carinhoso com a infância, mas não há disponibilidade para acolher o adolescente, que é visto como chato. Ele está vivendo um momento de construção da identidade e é preciso valorizar esse período”, diz.
Caso essa mudança de comportamento seja detectada, a recomendação da psicóloga é conversar com o jovem, sondar os amigos, para intervir ou prevenir problemas futuros. Se o diálogo não for suficiente, a indicação é procurar ajuda externa de um psicólogo. “Mas esse atendimento não pode ser feito por imposição. O paciente deve querer passar pelo tratamento. Se não for possível convencê-lo, o responsável pode procurar apoio”, afirma Iolete.