Saúde da mulher: conheça problemas que podem impedir a gravidez
A dificuldade para engravidar pode estar associada à mulher, ao homem ou ao casal. Veja condições femininas que podem atrapalhar a gestação
atualizado
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, aproximadamente, 15% da população mundial é infértil, algo em torno de 50 a 80 milhões de pessoas. No Brasil, a reprodução assistida cresceu 168,4% entre 2011 e 2017, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
As causas da infertilidade são diversas e podem ser femininas, masculinas ou uma associação de dificuldades dos dois componentes do casal, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). No caso da infertilidade feminina, alguns fatores corporais ou doenças podem estar dificultando a gravidez.
Veja condições que afetam a fertilidade feminina:
Mioma uterino
Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), miomas ou fibromas são nódulos benignos que se formam no útero.
Os miomas podem ser classificados em três tipos: subserosos, intramurais ou submucosos. O primeiro tipo surge na parte externa do útero e pode comprimir outros órgãos, como os rins, causando sintomas como vontade de urinar frequente ou incontinência urinária, além de dor nas costas. Os intramurais podem alterar o formato do útero, como os pendulados, que são ligados ao útero apenas por um tecido chamado pedículo. Já os submucosos estão relacionados a um fluxo de sangramento intenso, que pode se estender para além do período menstrual.
O ginecologista Luiz Augusto Batista, médico membro da diretoria da SBRA, alerta que os miomas podem ser um grande entrave para a fertilidade feminina. “Os miomas submucosos e intramurais, por deformarem a cavidade uterina, podem gerar dificuldades para engravidar”, explica. Em casos assim, as soluções são intervenções para a retirada do mioma como videolaparoscopia ou histeroscopia.
Idade
A idade biológica e a reserva ovariana da mulher são outros pontos de atenção. Isso porque, com o tempo, aumentam as chances da mulher ser acometida por doenças que diminuem as chances de uma gravidez.
Pólipos uterinos
São nódulos de pequenas dimensões, em geral com características benignas, que se desenvolvem no endométrio (porção interna da cavidade do útero).
Na maioria das vezes não desencadeiam sintomas. Quando maiores que 15 mm, podem dificultar a gravidez. O diagnóstico pode ser realizado por ultrassonografia transvaginal, principalmente associada à histerossonografia, ou com a histeroscopia diagnóstica. O tratamento é eminentemente cirúrgico, realizado com histeroscopia cirúrgica.
Adenomiose uterina
O problema ocorre quando células do endométrio, que revestem a parede interna do útero, crescem para dentro da musculatura do órgão. A presença da adenomiose pode dificultar a gravidez devido às alterações provocadas pela doença na região do útero. O diagnóstico da doença é difícil, mas sabe-se que ela é mais recorrente em mulheres com endometriose, fibromas ou dor pélvica.
Os principais exames utilizados para identificar a adenomiose são a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética. O tratamento pode ser realizado com medicamentos hormonais, bloqueando temporariamente a menstruação.
Endometriose pélvica
É uma doença caracterizada pela presença do endométrio fora da cavidade do útero, ou seja, nos órgãos pélvicos, como trompas, ovários (endometrioma), no compartimento posterior ao útero, intestino e bexiga (endometriose profunda).
O diagnóstico é difícil e requer ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética. O tratamento pode ser clínico, com medicamentos que bloqueiam a menstruação por um período. Em alguns casos, recomenda-se cirurgia por videolaparoscopia.