São 100 mil mortos. Como dimensionar o drama da Covid-19 no Brasil
Óbitos pelo coronavírus são suficientes para lotar 1.449 ônibus, por exemplo. Uma tragédia de proporções nunca vistas no país
atualizado
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Às vésperas de completar cinco meses desde a primeira morte decorrente do coronavírus no país, em 17 de março, o Brasil chegou, neste sábado (8/8), à marca de 100 mil óbitos por Covid-19. Para efeitos de comparação, foram três meses e quatro dias para ultrapassar as 50 mil mortes, mas apenas um mês e 18 dias para dobrar esse número.
O Ministério da Saúde atualizou o boletim da epidemia por volta das 19h desse sábado (8/8) e confirmou a marca de 100.477 mil mortos no país. De acordo do dados oficiais, o Brasil registrou um total de 3.012.412 casos confirmados de pessoas infectadas. Somente nas últimas 24 horas, foram registrados 905 óbitos, além de 49.970 novos casos da doença.
O maior número de casos se concentra em São Paulo, com 621.731 registros e 25.016 óbitos. Em seguida aparece a Bahia, com 191.401 casos e 3.899 mortes; e o Ceará, com 188.244 confirmações e 7.951 fatalidades.
De acordo com levantamento feito pela equipe do (M)Dados, núcleo de jornalismo de grande volume de informações do Metrópoles, desde que o vírus chegou em território nacional, houve, em média, 606 mortes por dia.
Um levantamento de maio da Demanda – Pesquisa e Desenvolvimento de Marketing revelou que três em cada 10 brasileiros conhecem alguém que morreu por causa da Covid-19.
Pode ser um familiar, um amigo ou um conhecido: você deve ter recebido a notícia de um falecimento pela doença. Só no Distrito Federal, cerca de 1.700 pessoas perderam a vida para o coronavírus.
Veja, na galeria, comparações para se ter dimensão de quantas pessoas morreram por causa da Covid-19 no Brasil:
Acompanhando a curva epidemiológica, é possível perceber que o país se encontra em um momento de estabilização nas mortes: há uma pequena variação, mas estamos há 10 semanas com mais ou menos a mesma quantidade de óbitos diários.
Ao monitorar a atualização de falecimentos, muitos se esquecem que os números representam vidas. E, eventualmente, fica difícil mensurar exatamente o que significa o numeral.
O Metrópoles fez as contas: 100 mil pessoas mortas equivalem, por exemplo, a 284 vagões do metrô do DF lotados (considerando que cabem 352 usuários), 1.449 ônibus cheios (a legislação local define lotação como 69 pessoas por veículo) e 20 mil carros de passeio com cinco passageiros.
O número é superior ao de moradores do Sudoeste e da Octogonal juntos. Também supera a quantidade de habitantes de Lago Sul, Lago Norte, Park Way, Jardim Botânico, SIA, Cruzeiro, Vicente Pires, Núcleo Bandeirante, Sobradinho II, Sobradinho, Candangolândia, Riacho Fundo, Brazlândia, Itapoã, Varjão, Paranoá, Fercal, Riacho Fundo e SCIA.