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Sangue nas fezes? Médicos explicam importância de investigar o sintoma

O sangramento na hora da evacuação pode estar relacionados a problemas simples ou ser um sintoma do câncer colorretal

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Rolo de papel higiênico
1 de 1 Rolo de papel higiênico - Foto: Claire Mueller/Divulgação

Encontrar um pouco de sangue nas fezes, na maior parte das vezes, está associado a condições benignas como uma fissura na região anal ou hemorroidas. Apesar da dor e do desconforto, essas doenças não evoluem para quadros mais perigosos. O problema é que, em alguns casos, o sangue é sintoma de algo mais grave, como o câncer do intestino grosso (ou colorretal).

Por conta da imprevisibilidade do sintoma, sempre que houver uma evacuação com sangramento, os especialistas pedem para que os pacientes fiquem em alerta. “Pode ser um ou outro, e pode ser os dois. Tanto o tumor do intestino quanto as hemorroidas e as fissuras anais são muito frequentes, sobretudo após os 50 anos”, explica Sergio Eduardo Alonso Araujo, médico coloproctologista, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e diretor médico do Centro de Oncologia e Hematologia Einstein Família Dayan – Daycoval.

O especialista destaca que, para o diagnóstico, são indicados exame físico em consultório, como o exame proctológico que avalia o ânus e o reto, e a colonoscopia (endoscopia pelo ânus). A partir dessas avaliações, o médico verifica a presença de pólipos — lesões precursoras do câncer colorretal — ou se há sinais de fissura anal ou hemorroidas, por exemplo.

Veja quais são os oito tipos de câncer mais comuns no Brasil

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Extremamente comum no país, o câncer de pele é caracterizado pelo aparecimento de tumores na pele em formato de manchas ou pintas com formatos irregulares. Relacionada à exposição prolongada ao sol, exposição a câmeras de bronzeamento artificial ou por questões hereditárias, a doença pode ser tratada através de cirurgias, radioterapia e quimioterapia
O câncer de mama é causado pela multiplicação descontrolada de células na mama. Apesar de ser comum em mulheres, a enfermidade também pode acometer homens. Entre os sintomas da doença estão: dor na região da mama, nódulo endurecido, vermelhidão, inchaço e secreção sanguinolenta. O tratamento envolve cirurgia para retirada da mama, quimio, radioterapia e hormonioterapia
Mais frequente em homens, o câncer de próstata apresenta os seguintes sintomas: sangue na urina, dificuldade em urinar, necessidade de urinar várias vezes ao dia e a demora em começar e terminar de urinar. Cirurgia e radioterapia estão entre os tratamentos da doença
Embora possa estar relacionado com hipertireoidismo, tabagismo, alterações dos hormônios sexuais e diabetes, por exemplo, o câncer de tireoide ainda não é bem compreendido por especialistas. Apesar disso, tratamentos contra a doença envolvem terapia hormonal, radioterapia, iodo radioativo e quimioterapia, dependendo do caso
O câncer de pulmão é um dos tipos com maior incidência no Brasil. Relacionado ao uso ou exposição prolongada ao tabagismo, tem como principais sintomas a falta de ar, dores no peito, pneumonia recorrente, bronquite, escarro com sangue e tosse frequente. A doença é tratada com quimioterapia, radioterapia ou/e cirurgia
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Segundo o Instituto Nacional de Câncer, para cada ano do triénio 2020/2022 serão registrados cerca de 625 mil casos da doença no Brasil

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Extremamente comum no país, o câncer de pele é caracterizado pelo aparecimento de tumores na pele em formato de manchas ou pintas com formatos irregulares. Relacionada à exposição prolongada ao sol, exposição a câmeras de bronzeamento artificial ou por questões hereditárias, a doença pode ser tratada através de cirurgias, radioterapia e quimioterapia

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O câncer de mama é causado pela multiplicação descontrolada de células na mama. Apesar de ser comum em mulheres, a enfermidade também pode acometer homens. Entre os sintomas da doença estão: dor na região da mama, nódulo endurecido, vermelhidão, inchaço e secreção sanguinolenta. O tratamento envolve cirurgia para retirada da mama, quimio, radioterapia e hormonioterapia

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Mais frequente em homens, o câncer de próstata apresenta os seguintes sintomas: sangue na urina, dificuldade em urinar, necessidade de urinar várias vezes ao dia e a demora em começar e terminar de urinar. Cirurgia e radioterapia estão entre os tratamentos da doença

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Embora possa estar relacionado com hipertireoidismo, tabagismo, alterações dos hormônios sexuais e diabetes, por exemplo, o câncer de tireoide ainda não é bem compreendido por especialistas. Apesar disso, tratamentos contra a doença envolvem terapia hormonal, radioterapia, iodo radioativo e quimioterapia, dependendo do caso

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O câncer de pulmão é um dos tipos com maior incidência no Brasil. Relacionado ao uso ou exposição prolongada ao tabagismo, tem como principais sintomas a falta de ar, dores no peito, pneumonia recorrente, bronquite, escarro com sangue e tosse frequente. A doença é tratada com quimioterapia, radioterapia ou/e cirurgia

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No Brasil, o carcinoma epidermoide escamoso tem a maior incidência entre os canceres de estômago. Os tratamentos envolvem cirurgia ou radioterapia e quimioterapia

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O câncer de estômago é diagnosticado após a identificação de tumores malignos espalhados pelo órgão e que podem aparecer como úlceras. Relacionado à infecções causadas por Helicobacter Pylori, pela presença de úlceras e de gastrite crônica não cuidada, por exemplo, a doença pode causar vômito com sangue ou sangue nas fezes, dor na barriga frequente e azia constante

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O câncer de colo de útero tem como sintomas sangramento vaginal intermitente, dor abdominal relacionada a queixas intestinais ou urinárias e secreção vaginal anormal. O tratamento envolve quimio, radioterapia e cirurgia

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O câncer de boca é uma doença que envolve a presença de tumores malignos nos lábios, gengiva, céu da boca, língua, bochechas e ossos. É mais comum em homens com mais de 40 anos e tem como sintomas feridas na cavidade oral, manchas na língua e nódulos no pescoço, por exemplo. O tratamento envolve cirurgia, quimio e radioterapia

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Fique atento aos sinais

Embora a consulta com o especialista seja a principal orientação, Araujo destaca que é possível diferenciar algumas características do sangramento retal entre aquelas mais associadas às condições benignas e às mais observadas em casos malignos.

“Quando o sangramento retal vem acompanhado de dor anal, é mais provável que seja uma doença do tipo fissura ou hemorroida. Além disso, quando vem associado a fezes mais endurecidas, e a pessoa sangra quando evacua fezes endurecidas, novamente existe uma chance aumentada de esse sangramento ser das hemorroidas ou das fissuras anais”, exemplifica o especialista.

No caso do câncer do intestino, o médico tende a considerar esse diagnóstico quando o sangramento surge mesmo com fezes amolecidas ou até líquidas. “Ou quando o número de evacuações e o hábito intestinal do paciente se alterou, especialmente se houve um aumento. Nessa situação, a chance de que seja algo no intestino grosso, e não uma fissura no ânus, é maior”, argumenta.

Outro sinal que gera preocupação é, além do sangramento, a sensação de evacuação incompleta. “É um indicativo de que talvez haja uma lesão benigna ou maligna. É como se o reto estivesse parcialmente ocupado pelo tumor e, mesmo que a pessoa esvazie o intestino, a parte ocupada pelo tumor sinaliza ao cérebro que ainda tem fezes a esvaziar”, explica o especialista, que cita o termo médico para essa sensação de evacuação incompleta: tenesmo.

Atenção à idade

O câncer do intestino grosso vem se manifestando em pessoas cada vez mais jovens, mesmo antes dos 50 anos, segundo Sidney Klajner, cirurgião do aparelho digestivo, coloproctologista e presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Antes, a condição era mais comum em idosos. Isso coloca em alerta os especialistas que, se não costumavam investigar o sangramento em pacientes adultos, agora precisam de maior atenção na investigação, além do rastreamento em pacientes assintomáticos (que não manifestam sintomas).

“Mesmo que eu identifique a hemorroida ou a fissura no paciente, eu não sei se foi ela que causou o sangramento, ou se há um câncer em desenvolvimento também. Como a incidência aumentou muito entre jovens, sempre precisamos descartar a presença do câncer de intestino”, detalha Araujo. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), são cerca de 40 mil novos casos todos os anos, no Brasil. (Fonte: Agência Einstein)

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