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Sal com menos sódio pode evitar milhões de mortes, afirma pesquisa

Durante pesquisa de larga escala, pesquisadores australianos comprovaram benefícios à saúde de uma versão de sal com menos cloreto de sódio

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Vidro de sal - pote de sal - sal - grãos de sal
1 de 1 Vidro de sal - pote de sal - sal - grãos de sal - Foto: Via Getty Images/Peter Dazeley

Pesquisadores do George Institute for Global Health, da Austrália, descobriram que substituir o sal comum de cozinha por uma opção mais saudável, que contenha menos cloreto de sódio e mais cloreto de potássio, pode prevenir milhares de ataques cardíacos e derrames em todo o mundo a cada ano.

Os resultados deste, que é considerado um dos maiores estudos de intervenção dietética já realizados no mundo, foram publicados na revista New England Journal of Medicine e apresentados, no domingo (29/8), durante o Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Paris.

Os pesquisadores analisaram dados de saúde de, aproximadamente, 21 mil adultos com histórico de derrame ou pressão arterial mal controlada. Todos tinham mais de 60 anos e residiam em 600 aldeias de áreas rurais de cinco províncias da China.

Metade do grupo consumiu o substituto do sal, contendo 70% de cloreto de sódio e 30% de cloreto de potássio por cinco anos. Os outros participantes continuaram usando o sal normal, com 100% de cloreto de sódio.

Ao final do estudo, os cientistas observaram que o risco de derrame foi reduzido em 14% entre os participantes que usaram o substituto do sal. No total, a incidência de eventos cardiovasculares – incluindo derrames e ataques cardíacos combinados – caiu 13% e a morte prematura teve redução de 12%.

“Se o sal fosse trocado pelo substituto do sal em todo o mundo, vários milhões de mortes prematuras seriam evitadas todos os anos”, afirmou o professor Bruce Neal, pesquisador do George Institute for Global Health, da Austrália, e principal autor do estudo, ao jornal britânico The Times.

Com a descoberta, os pesquisadores sugerem que governos em todo o mundo criem políticas para promover o substituto do sal e desencorajar o uso do sal comum; que os fabricantes e os comerciantes se adaptem para a produção e a comercialização de substituto do sal; e que os consumidores, em todo o mundo, acompanhem esta mudança, introduzindo o substituto do sal na cozinha.

“Além de mostrar benefícios claros para resultados de saúde importantes, nosso estudo também afasta preocupações sobre os possíveis riscos. Não vimos nenhuma indicação de qualquer dano do potássio adicionado no substituto do sal. Certamente, os pacientes com doença renal grave não devem usar substitutos do sal, mas também precisam se manter longe do sal comum”, afirmou Neal.

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