metropoles.com

Saiba quais são os mitos e as verdades sobre a dieta anticâncer

Alimentação saudável é uma das principais formas de evitar a doença, segundo instituto. Muito do que se come influencia na prevenção

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
shironosov/istock
alimentação saudável
1 de 1 alimentação saudável - Foto: shironosov/istock

Receitas e ingredientes milagrosos que prometem curar o câncer estão por toda a parte. Entretanto, as notícias falsas envolvendo o tema podem ser perigosíssimas, uma vez que impedem que o tratamento e a manutenção da saúde sejam feitos adequadamente.

Para evitar o efeito danoso das fake news envolvendo a doença, o Instituto Nacional de Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, criou diretrizes e cartilhas voltadas para pacientes, ex-pacientes e familiares.

Para manter o fantasma do câncer bem longe, não há como fugir da velha receita: alimentação equilibrada e exercícios físicos regulares. De acordo com o Inca, o ideal é evitar alimentos ultraprocessados e investir em alimentos de origem vegetal, que previnem o excesso de peso e diversos tipos de câncer.

Porém, os brasileiros não vão bem nesse quesito. O órgão estima que 62% das pessoas não consomem a quantidade recomendada de frutas, legumes e verduras todos os dias.

Veja aqui os mitos e as verdades sobre a alimentação anticâncer. As informações do Inca são baseadas nos relatórios do Fundo Mundial para Pesquisa contra o Câncer (WCRF) e do Instituto Americano de Pesquisa em Câncer (AICR), entre outras pesquisas.

1. Carboidrato alimenta o câncer.
Mito. Embora existam muitas teorias a respeito do papel do açúcar como combustível para o câncer, ainda não há comprovação de que a retirada do alimento pode prevenir a doença.

Por isso, adotar dietas restritivas pode, na verdade, trazer prejuízos para o organismo, que tende a buscar glicose em outros locais, como nos músculos. Isso sem contar no mau humor e na dor de cabeça causados pela falta de carboidrato. Uma dica é trocar carboidratos simples pelas versões integrais.

2. O excesso de gordura corporal aumenta o risco de ter câncer.
Verdade. Estar acima do peso provoca alterações hormonais e um estado inflamatório crônico que estimulam a proliferação celular e inibem a apoptose (morte programada das células).

Isso causa maior risco de câncer de esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama (mulheres na pós-menopausa), ovário, endométrio, meningioma, tireoide, mieloma múltiplo e possivelmente próstata (avançado), mama (homens) e linfoma difuso de grandes células B.

3. Existem alimentos milagrosos que podem curar o câncer.
Mito. Não há alimento com poder de cura. O melhor é investir em uma alimentação saudável, variada e composta por diferentes tipos de alimentos protetores, como frutas, legumes, verduras, feijões e outras leguminosas, cereais integrais, castanhas e outras oleaginosas.

A recomendação é consumir, no mínimo, cinco porções, ou seja, 400g por dia de vegetais, sendo duas de frutas e três de legumes sem amido (como cenoura, couve-flor, berinjela, tomate) e verduras.

Cada porção equivale a uma quantidade que caiba na palma da sua mão (80g), do produto picado ou inteiro. Alimentos de diferentes cores, como vermelha, verde, amarela, branca, roxa e laranja, são bem vindos. Quanto mais colorida for a refeição, melhor.

4. Refrigerante dá câncer.
Verdade. A maioria dos refrigerantes contêm a substância 4-MI (4-metil-imidazol), classificada como possivelmente cancerígena pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse composto é um subproduto do corante caramelo IV presente nessas bebidas.

O Centro de Pesquisa CSPI (na sigla em inglês Center for Science in the Public Interest), em Washington D.C., em parceria com instituições governamentais e de pesquisa de diversos países, testaram a quantidade de 4-MI em latas de uma marca de refrigerante a base de cola (na versão original) vendidas no Brasil, no Canadá, na China, nos Emirados Árabes Unidos, nos Estados Unidos da América (Washington D.C. e Califórnia), no México e no Reino Unido.

De acordo com o estudo, a bebida comercializada no Brasil continha 267 microgramas (mcg) de 4-MI em uma lata de 355 ml. Essa concentração foi a maior identificada dentre todos os países pesquisados.

5. Os benefícios da ingestão de frutas, legumes e verduras na prevenção de câncer superam os malefícios do consumo desses alimentos com resíduos de agrotóxicos.
Verdade. Nos vegetais são encontradas vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos que previnem contra diversos tipos de câncer. Optar por alimentos de base agroecológica ou orgânicos é sempre o ideal, pois além de contribuir para a preservação do meio ambiente e para a agricultura familiar, são mais saudáveis.

Entretanto, se não for possível adquiri-los, não podemos abrir mão desses alimentos protetores. Estudos indicam que a redução no consumo pode aumentar consideravelmente o número de casos de câncer. Vale lembrar que os resíduos de agrotóxicos podem também estar nos alimentos ultraprocessados, como biscoitos, salgadinhos, pães, cereais matinais, lasanhas, pizza e outros, com ingredientes como o trigo, o milho, a cana-de-açúcar e a soja.

6. Exposição a forno de micro-ondas pode provocar câncer.
Mito. A radiação do micro-ondas tem apenas a propriedade de cozinhar e/ou aquecer os alimentos, não alterando a estrutura química ou molecular da comida. O aparelho emite uma forma de radiação não ionizante classificada como possivelmente cancerígena para seres humanos, mas a estrutura do forno está preparada para que a radiação não extravase para o ambiente externo.

É importante seguir as instruções de utilização dos aparelhos, pois podem trazer riscos se estiverem danificados, principalmente as vedações de portas antigas ou defeituosas — causas mais comuns de vazamento desse tipo de radiação. Outras formas são acúmulo de sujeira, abuso mecânico ou simplesmente o desgaste do uso contínuo.

7. Aquecer alimentos ou adicioná-los quentes a recipientes plásticos pode aumentar o risco de câncer.
Verdade. O aquecimento de recipientes plásticos contendo alimentos pode liberar substâncias nocivas com potencial de causar câncer, como a dioxina, o bisfenol A (BPA) e os ftalatos. Visto que não há como ter segurança quanto à presença ou não dessas substâncias nos recipientes utilizados, o recomendável é nunca aquecer alimentos em recipientes plásticos, inclusive mamadeiras.

O melhor é transferir a comida para vasilhas de vidro temperado ou de porcelana que suportem o calor. Essa cautela se aplica também às bandejas de espuma em que são acondicionadas lasanhas e outras massas, por exemplo.

O filme plástico utilizado para proteger e cobrir alimentos também deve ser evitado, pois o vapor condensado pode respingar substâncias perigosas no alimento. É mais seguro usar papel toalha, pano de prato ou saco de papel. Tais cuidados são simples e podem evitar danos à saúde.

8. Carne vermelha, bacon, linguiça e presunto dão câncer.
Verdade. Há evidências de que o consumo excessivo de carne vermelha e embutidos aumenta o risco de alguns tipos de câncer, como o colorretal. Segundo uma pesquisa feita no Reino Unido com 475 mil pessoas, o consumo de 76g desses alimentos diariamente aumenta em 20% a chance de desenvolver esse tipo de tumor.

A recomendação do Inca é evitar esse tipo de alimento, uma vez que embutidos contêm conservantes, como nitritos e nitratos, que podem tornar-se potenciais agentes cancerígenos quando em contato com o trato digestivo e interagir com o suco gástrico. As substâncias presentes na fumaça do processo de defumação, os conservantes e o sal podem provocar o surgimento de cânceres de estômago e intestino (cólon e reto).

9. Adoçantes artificiais presentes em produtos diet, zero e light causam câncer.
Verdade. Quando consumidos em excesso, os edulcorantes, conhecidos como adoçantes, podem causar efeitos colaterais, como dor de cabeça, mal-estar, alterações de humor e diarreia. Além disso, estudos experimentais, realizados em animais, revelam o potencial de determinados adoçantes artificiais, como o aspartame, ciclamato de sódio e sacarina sódica, para desenvolvimento de câncer.

Por causa dos efeitos colaterais, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceram limites para a ingestão diária de adoçantes artificiais. Entretanto, há grandes dificuldades em quantificar o real consumo dessas substâncias, uma vez que elas estão presentes em vários alimentos ultraprocessados, como aqueles prontos para consumir ou aquecer, sem a indicação da quantidade.

10. A amamentação protege as mães do câncer de mama.
Verdade. Enquanto o bebê suga o leite, o movimento promove uma espécie de esfoliação do tecido mamário. Assim, se houver células agredidas, elas são eliminadas e renovadas.

Quando termina a lactação, várias células se autodestroem, dentre elas algumas que poderiam ter lesões no material genético. Outro benefício relaciona-se às taxas de determinados hormônios que favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer caem durante o período de aleitamento.

11. Churrasco, carnes grelhadas e fritas aumentam a chance de desenvolver câncer.
Verdade. As melhores formas de preparo são assadas, cozidas, cozidas no vapor, guisadas e ensopadas. Se quiser grelhar ou fritar, opte pelo pré-cozimento.

As temperaturas muito elevadas utilizadas para preparar as carnes de forma frita ou grelhada, assim como a fumaça do churrasco, formam compostos químicos que são cancerígenos e aderem à superfície das carnes. Se consumidas com frequência, podem contribuir para o desenvolvimento de cânceres. Essas substâncias também são encontradas nos alimentos defumados.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?