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Saiba por que as curvas de casos e mortes por Covid-19 não andam juntas

Apesar de o número de diagnósticos confirmados de coronavírus continuar crescendo, quantidade de mortes parece estar se estabilizando

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1 de 1 ilustração coronavírus e brasil - Foto: Arte/Metrópoles

Um dos países mais afetados do mundo pela Covid-19, o Brasil tem percebido que o ritmo de óbitos por coronavírus e casos confirmados da doença acontece de maneiras muito distintas. Enquanto o número de diagnósticos segue em curva ascendente — nas últimas semanas, foram registrados aumentos de 15%, 2%, 22%, 13% e 7% a cada sete dias –, a curva de mortes mostra sinais de estabilidade. Nos mesmos períodos, foram computados um aumento de 4%, queda de 4%, alta de 7%, queda de 2% e mais um aumento de 1% nos falecimentos.

De acordo com o Ministério da Saúde, a explicação para a divergência nas curvas é simples: o sistema de saúde simplesmente está sendo suficiente para dar conta da demanda de pacientes em estado grave. Segundo o secretário de vigilância em saúde da pasta, Arnaldo Correia, a situação é um reflexo das ações do governo. O aumento de leitos de UTI, a compra de respiradores, e o esforço dos profissionais de saúde estaria evitando que pacientes morressem sem atendimento, como aconteceu em países que enfrentaram um colapso total do suporte médico.

Um reconhecimento mais rápido da doença, antes que os sintomas sejam muito graves, permite também que um esquema de tratamento precoce seja desenvolvido e menos pessoas evoluam para quadros graves.

A situação é semelhante nos Estados Unidos, que está acompanhando uma segunda alta bastante expressiva na quantidade de casos, mas não um aumento nas mortes. Para Anthony Fauci, o especialista em infecções responsável pela resposta do país à doença, o que os EUA estão experimentando é um atraso nos óbitos. “Conforme as semanas vão seguindo, poderemos ter uma alta nos falecimentos”, afirma.

O professor de Saúde Pública da Universidade de Brasília, Jonas Brandt, diz que, em geral, com uma capacidade de testagem boa, se conhece mais casos e, como a Covid-19 apresenta sintomas leves em cerca de 80% dos infectados, a tendência é enxergar uma queda na letalidade — o número de mortes permanece baixo, enquanto o de diagnósticos, aumenta.

“No entanto, se a epidemia crescer demais e não tivermos testes nem capacidade para acompanhá-la, é provável que a curva de mortes aumente. Isso porque a Covid-19 está chegando em grupos mais vulneráveis, na periferia, nas regiões onde há pior infraestrutura”, explica.

As ações de abertura do comércio e das atividades também devem influenciar as curvas, já que o número de casos deve crescer. A faixa etária que é mais atingida pela doença, a dos 30 a 40 anos, não está entre as que mais morre, mas acaba, sim, ocupando espaço nos hospitais. O professor alerta que, se houver sobrecarga e falta de leitos, a curva das mortes deve voltar a subir.

 

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