Saiba como será o primeiro cruzeiro saindo dos EUA pós-pandemia
Celebrity Edge partiu da Flórida, e fará viagem de uma semana. Navio é equipado com leitos de UTI e só carrega 40% da capacidade
atualizado
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No começo da pandemia de Covid-19, o maior foco de casos fora da China foi dentro de um cruzeiro, o Diamond Princess. Com mais de 700 casos confirmados a bordo, a embarcação foi chamada de “placa de Petri” e, desde então, os navios de turismo estão parados ao redor do mundo.
Neste sábado (28/6), os Estados Unidos liberaram o primeiro navio de cruzeiro em 15 meses. O Celebrity Edge saiu de Fort Lauderdale, na Flórida, para uma viagem rumo ao México e às Bahamas. O trajeto deve durar sete dias, e servirá como teste para traçar o futuro deste tipo de turismo.
Para evitar infecções, 100% da tripulação e 95% dos passageiros está vacinada. O navio só operará com 40% da lotação, e todos estarão hospedados em cabines com vista para o mar para garantir a circulação de ar. Cada trabalhador terá o próprio quarto, e não haverá mais divisão de alojamento.
Especialistas da Universidade do Nebraska foram chamados para avaliar o sistema de ventilação e fazer as mudanças necessárias para garantir que as partículas com coronavírus não circulem entre os aposentos. Foram instalados filtros de alta qualidade e o ar será trocado em pequenos intervalos. Segundo os cientistas, o sistema é melhor que o de muitos hospitais.
“No surto do Diamond Princess, mostramos que a ventilação da cabine pode ser suficiente, e suspeitamos que as infecções aconteceram nas áreas públicas. Há dois fatores principais nessas regiões. Primeiro, em academias e pista de dança, onde as pessoas fazem atividades de alta energia, com maior liberação de partículas e ritmo de inalação, aumentando o risco de infecção”, explica Yuguo Li, da Universidade de Hong Kong, que fez um estudo sobre o cruzeiro do começo da pandemia, em entrevista à CNN.
Em segundo lugar, ele enumera, se a ocupação não for controlada nesses espaços públicos, a capacidade de ventilação é menor. “Em alguns locais, como em restaurantes, as pessoas não podem usar máscaras”, completa.
No Celebrity Edge, a ideia é levar menos pessoas para garantir o distanciamento social. Todos os passageiros passarão por um treinamento em vídeo explicando as regras, e o embarque será feito em etapas para evitar aglomerações. Nos restaurantes, não haverá self-service, e a comida será servida pela tripulação.
Caso as medidas não funcionem, o navio está equipado com uma enfermaria com capacidade para 33 pacientes, sendo que quatro dos leitos são de UTI. Antes de desembarcar de volta nos Estados Unidos, tripulação e passageiros terão que passar por um teste de Covid-19.
“Acho que todos realmente acreditamos nos protocolos que foram desenvolvidos porque fomos incluídos neles”, explica Calvin Johnson, chefe médico do Celebrity Edge. “Este foi um ano de exames operacionais consistentes, metódicos, baseados em ciência para entender como o nosso negócio funciona e como torná-lo seguro”, completa.