Saiba como é a seleção dos voluntários para os testes da vacina da Covid-19
Antes de receberem a injeção, candidatos preenchem questionários, passam por entrevista e por bateria de exames
atualizado
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A expectativa para fazer parte da fase 3 dos testes clínicos da vacina contra Covid-19 do laboratório Sinovac Biotech é grande entre os profissionais de saúde do Distrito Federal. Ao longo de quarta (5/8) e quinta-feira (6/8), alguns apareceram na porta do ambulatório 2 do Hospital Universitário de Brasília (HUB) na tentativa de se candidatar, sem sucesso.
Nesta primeira etapa, estão sendo vacinados profissionais do próprio Hospital Universitário de Brasília mas, em breve, uma plataforma on line para o cadastramento estará disponível para uma pré-seleção. A ferramenta ajudará os pesquisadores do Instituto Butantan e da Universidade de Brasília a não desperdiçarem tempo de trabalho ou doses do imunizante com pessoas não aptas aos testes.
O critério que descarta os voluntários logo de cara é já ter tido a Covid-19. “Digamos que um participante se apresente aqui e, no teste sanguíneo, a gente perceba que ele tem imunidade para a Covid-19, então ele tem IgM ou IgG (anticorpos criados pelo organismo para se defender do Sars-CoV-2). Ele será eliminado. A gente quer eliminar esse risco já na pré-seleção”, pontua o chefe do setor de gestão da pesquisa e inovação do HUB, Fernando Araújo.
Candidatos que não atuam diretamente com pacientes da Covid-19, têm menos de 18 anos ou não têm disponibilidade para realizar o acompanhamento periódico por um ano após a vacinação também serão eliminados. Alguma doença crônica descontrolada, como diabetes, hipertensão ou colesterol com níveis altos são outros excludentes. “Antes de receber a vacina é feita uma rigorosa avaliação, o grupo que vai para os testes é restrito”, afirma o farmacêutico Fernando Araújo.
Na chegada ao HUB, os candidatos vão passar por uma bateria de exames antes de receber a injeção. Os exames incluem avaliação de sinais vitais, teste rápido e coleta de amostra para a realização do RT-PCR. “A gente só vai aplicar a vacina depois que temos certeza que o participante não teve Covid-19, nem foi um paciente assintomático. Por isso a gente tem que gastar esse tempo avaliando”, completa Araújo.