Saiba como detectar problemas em próteses de silicone
Sintomas como inchaço, dor e vermelhidão nos implantes mamários podem indicar que há alguma coisa errada e valem uma visita ao médico
atualizado
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O “recall do silicone” anunciado pela empresa Allergan deixou em alerta a maioria das mulheres que possuem implantes nas mamas. A retirada de alguns produtos da marca do mercado mundial correspondeu à uma recomendação feita pela Food and Drugs Administration (FDA), a agência de saúde norteamericana, que investigou a relação entre modelos de próteses fabricados pela multinacional e a ocorrência de um tipo raro de câncer, o linfoma anaplásico de grandes células (ALCL).
Os médicos reforçam, entretanto, que o número de casos diagnosticados de ALCL é muito pequeno em comparação com o grupo total de mulheres que possuem próteses e que o recurso estético continua sendo bastante seguro. Cirurgiões plásticos afirmam que as portadoras de implantes de silicone não precisam se preocupar com a segurança de sua saúde se a rotina de exames anuais estiver sendo cumprida e se não estiverem sentindo algo diferente na região das mamas. “Não há motivo para alarde. É raro que as próteses deem algum problema”, esclarece Fausto Bermeo, da Clínica Interplástica FB, em Brasília.
No geral, há dois problemas possíveis em relação aos implantes de silicone: a contratura ou a ruptura da prótese. A contratura é o endurecimento da cápsula que é formada naturalmente pelo corpo ao redor da prótese. É como se fosse uma película que, se apresentar algum enrijecimento, pode levar a deformidades visuais ou no toque. Já a ruptura é quando há vazamento de silicone para fora da próteses.
No caso de as pacientes sentirem inchaço na mama, dor ou vermelhidão, devem procurar o médico. Outro ponto para atenção seria a presença de linfonodos (caroços) nas axilas. “Nestes casos, é necessário marcar uma consulta médica e serão realizados exames de imagem para uma correta avaliação do caso”, explica Fausto Bermeo. As mulheres, sejam as que possuem implantes nos seios ou as que não têm, devem se submeter a exames anualmente para verificar a saúde das mamas. “O câncer de mama, que não tem nada a ver com implantes de silicone, é um dos principais problemas da saúde feminina”, completa.
O cirurgião plástico Gustavo Souza Guimarães, da Clínica Renoir, em Brasília, explica que a alteração no formato das mamas é um sinal que deve chamar atenção. “Uma contratura capsular geralmente aparece como uma modificação no formato do seio. Um vazamento do silicone, que é outro problema possível, é detectado por meio de exames de imagem”, afirma. O médico acrescenta que, no seu consultório, de cada dez pacientes que decidem trocar de próteses, sete o fazem por motivos estéticos: aumentar, diminuir ou levantar.
As próteses da geração anterior tinham indicação para serem trocadas a partir de dez anos de uso do implante. As atuais devem ser trocadas no período entre 15 e 20 anos após o implante. “Se a paciente está satisfeita com sua prótese, se faz o acompanhamento anual e se não há sintomas de que algo está errado, não há motivo para trocá-las”, reforça o médico Gustavo Souza Guimarães.