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Saiba como a creatina pode ajudar na recuperação de pacientes pós-Covid

Suplemento usado por pessoas que desejam ganhar massa muscular pode colaborar na reabilitação de indivíduos que passaram pela infecção

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1 de 1 Foto colorida de scoop com suplemento alimentar derramado em mesa azul - Metrópoles - Foto: Daniel Megias/500px/GettyImages

A pandemia obrigou os profissionais de saúde a aprenderem a lidar com vários problemas decorrentes da infecção. Um deles, que acomete os que estão se recuperando da Covid-19, é a degradação muscular.

“Em sua fase aguda, nos dias inicias da infecção, a Covid cobra uma enorme demanda energética, isso provoca uma notável perda de massa muscular”, explica a nutróloga do Hospital Anchieta de Brasília, Andréa Medeiros. É comum que, durante a recuperação, o paciente sinta fadiga e cansaço e precise de uma dieta específica para melhorar a disposição e aumentar a força muscular.

A fisiatra Angélle Jácomo, do Centro Especializado em Hipermobilidade e Dor (CEHD), explica que a Covid-19, por ser uma doença inflamatória, acaba gerando uma dor muscular difusa no paciente. Segundo ela, até mesmo atletas que não passaram por internação relataram o problema após a infecção.

Quadros assim estão sendo chamados de Síndrome da fadiga pós-viral e uma das recomendações dos profissionais de saúde para controlá-los é o uso de um suplemento bastante conhecido nas academias de ginástica: a creatina.

“A creatina pode ter um efeito benéfico para a recuperação muscular e para o sistema nervoso central (SNC), no que tange a melhora da disposição, cognição e memória. Tendo em vista que os riscos de uma suplementação de 5 gramas de creatina são ínfimos frente aos benefícios, deve-se lançar mão dessa estratégia”, aconselha Andréa.

O uso da creatina para pacientes que passaram pela Covid-19 vem sendo discutido desde novembro de 2020. Um artigo publicado na revista científica Therapeutic Advances in Respiratory Disease pelo professor Sergej M. Ostojic, da Universidade Novi Sad, da Sérvia, defendeu os efeitos do aminoácido na reabilitação de condições que afetam os pulmões.

“A suplementação de creatina aumenta a recuperação funcional durante a reabilitação pulmonar de pacientes com doenças pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e age em casos de fibrose cística, derrames e falência respiratória, agindo como um anti-inflamatório e agente de reforço energético”, escreveu o professor.

O que é
A nutricionista Beatriz Fausto, da clínica Corporeum, explica que a creatina é um aminoácido produzido pelo fígado, rins e pâncreas e que fica armazenado nos músculos, incluindo os cardíacos. O nutriente auxilia no aumento de força, melhora na recuperação muscular e pode contribuir para a capacidade aeróbia.

“O nosso corpo produz creatina no fígado e nos rins. O restante vem da alimentação. Encontramos creatina em peixes, carne de porco e leite, mas em baixa quantidade. Para conseguir um melhor resultado em termos de hipertrofia e potência muscular, a suplementação é necessária”, diz a nutricionista.

Apesar de interessante, o uso da creatina ainda não é consenso e precisa ser melhor estudado. A fisiatra Angélle alerta que, apesar de ser um bom suplemento para melhorar o uso de força e massa muscular, é preciso ter cautela. “Principalmente em pacientes com Covid, recomendo ter cuidado. O excesso do aminoácido pode sobrecarregar os rins”, alerta.

A dose da creatina deve ser recomendada por nutricionista, e varia de caso a caso. Outros suplementos proteicos e vitamínicos também podem ser considerados durante a reabilitação de pacientes após a Covid-19.

Veja como o coronavírus mina o funcionamento do corpo:

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