Saiba as profissões que correm mais risco de contrair coronavírus
A pesquisa levou em consideração a proximidade física que os profissionais precisam estar de outras pessoas durante o serviço
atualizado
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A pesquisa Risco de Contágio por Ocupação no Brasil mostrou que, entre as 2.500 atividades profissionais realizadas no Brasil, os profissionais de saúde são os mais vulneráveis a serem contaminados pelo coronavírus. No entanto, várias outras categorias de trabalhadores correm um alto risco de apresentarem a Covid-19.
“Quando a gente fala das pessoas mais ameaçadas, primeiro vem à cabeça a categoria saúde, depois as profissões ligadas à alimentação, como os caixas de supermercado. A gente não pensa em setores não considerados como essenciais, mas que são importantes para o dia a dia. Essas ocupações não estavam no foco (no início da pesquisa)”, conta Yuri Lima, pesquisador do Laboratório do Futuro da Coppe/UFRJ.
Segundo o levantamento do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), os comissários de voo correm 90% de risco de contrair a doença, ocupando a 60ª posição do ranking. Os agentes de segurança penitenciária e os bombeiros, 83%.
Profissões relacionadas a serviços, transporte, política e serviço social submetem seus trabalhadores a 78% de chance de serem contaminados, segundo o estudo. Entre elas: motorista de transporte escolar, dirigentes de partidos políticos, membros de lideranças quilombolas e socioeducadores.
Os cuidadores de idosos vêm logo em seguida, acompanhados pelos agentes de proteção de aviação civil, vigia portuário, policial legislativo, professores de alunos com algum tipo de deficiência e policiais rodoviários federais.
Yuri conta que a pesquisa teve início quando surgiram os primeiros casos de coronavírus no Brasil. “A gente via especulações sobre o impacto do vírus no setor de serviços com base em outros países, mas não tínhamos os dados brasileiros”, afirma. A lista completa está disponível no site da instituição para pesquisa.
O levantamento levou em consideração o número de trabalhadores empregados até dezembro de 2018 no Brasil e as informações sobre cada setor disponíveis na Rede de Informações Ocupacionais americana (O*NET), como a exposição a doenças ou infecções e a proximidade física com outras pessoas em uma escala de “distante de outras pessoas” (mais de 30 m) até “muito próximo”.
“Nossa metodologia foi feita a partir dos parâmetros usados pela reportagem ‘Os trabalhadores que enfrentam o maior risco de coronavírus’, publicada no New York Times”, explica o pesquisador.