Rússia rebate críticas sobre vacina em tempo recorde: “Sem fundamento”
Imunização registrada no país seria a primeira do mundo a proteger contra a Covid-19, mas desperta desconfiança na comunidade científica
atualizado
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A Rússia anunciou, nesta quarta-feira (12/8), que a aplicação da vacina contra Covid-19 desenvolvida no país será iniciada em duas semanas. Os médicos russos serão os primeiros a receber a imunização, cujo registro foi anunciado na terça (11/8) pelo presidente do país, Vladimir Putin.
Os responsáveis pelo desenvolvimento da vacina consideraram as preocupações da comunidade científica internacional em relação à segurança do medicamento “sem fundamento”. Alexander Ginsburg, diretor do Instituto Gamaleya, disse que os ensaios clínicos sobre a vacina serão publicados assim que forem analisados por especialistas do país. De acordo com ele, a Rússia planeja produzir 5 milhões de doses por mês entre dezembro e janeiro.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que não conhece os dados que atestam a eficácia e a segurança da vacina russa e que só poderia referendá-la depois de ter acesso a essas informações. A agência internacional acrescentou, no entanto, que um país pode fazer o registro de um medicamento sem necessitar de aval internacional.
Segundo o governo russo, o Brasil está entre os países que devem participar da fase 3 dos estudos clínicos – última etapa de testes quando a imunização é aplicada em um grande grupo de pessoas. O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), formaliza nesta quarta (12/8) uma parceria com a Rússia para a realização de testes e produção da vacina, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não autorizou esses ensaios clínicos. (Com informações da Reuters)