Ozempic natural? Conheça os riscos e contraindicações do psyllium
Psyllium, fibra usada como suplemento, oferece saciedade e regulação intestinal, mas não é para todos e requer cuidados
atualizado
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O psyllium, extraído das sementes da planta Plantago ovata, é amplamente utilizado como suplemento de fibra alimentar para potencializar o emagrecimento. Ingerido antes das refeições, ele se expande no trato digestivo, proporcionando sensação de saciedade e regulando o trânsito intestinal. O consumo, porém, requer cuidados.
O psyllium não é uma planta milagrosa capaz de levar naturalmente à perda de quilos. Ele é apenas um alimento muito rico em fibras que ao entrar em contato com a água, forma um gel que retarda a absorção de gordura e melhora o funcionamento intestinal. O suplemento não causa queima de reservas de gordura.
Por isso, embora seja um alimento saudável ao ser bem incluído nas dietas, o psyllium não faz jus à fama que ganhou de Ozempic natural. Embora ajude a controlar o apetite, a planta não possui os mesmos efeitos do medicamento, que age no GLP-1, também conhecido como hormônio da saciedade.
Contraindicações do psyllium
Apesar de ser uma planta aliada do emagrecimento, o psyllium também tem contraindicações. A farinha ou as cápsulas do suplemento atuam mecanicamente, aumentando a massa intestinal e prolongando a digestão, o que pode ser prejudicial para pessoas com o sistema digestivo naturalmente mais lento ou comprometido.
“Ele deve ser evitado por pessoas com obstruções intestinais, problemas de deglutição ou alergia ao psyllium. Em casos de doenças intestinais ou uso de medicamentos, consulte um nutricionista para evitar interações ou efeitos indesejados”, indica o nutricionista Guilherme Rodrigues Miranda Lopes, do grupo Mantevida, de Brasília
Além disso, mesmo para quem não se enquadra nos grupos listados, os nutricionistas destacam que é preciso ter cuidados no uso. Como a composição da planta é de aproximadamente 85% de fibras, que absorvem água do organismo, ela pode causar ressecamento das fezes caso não seja acompanhada da hidratação correta.
Cuidados no consumo
Para evitar problemas, nutricionistas recomendam manter um limite de até duas doses diárias de cinco a 10 gramas de psyllium, o equivalente a 15% a 40% da necessidade diária de fibras. “Ultrapassar 70 gramas por dia pode resultar em constipação e dores abdominais. Neste nível, a fibra pode causar gases, inchaço e desconforto abdominal”, alertou a nutricionista Tatiane Araújo, professora da Faculdade Anhanguera de de Ipatinga, em entrevista anterior ao Metrópoles.
Ela ainda destaca que o uso do psyllium deve ser feito com cautela quando em conjunto com outros medicamentos, já que ele reduz o ritmo de absorção do intestino, o que pode interferir na meia-vida e na eficácia de remédios.
Hidratação adequada
Para evitar as complicações relacionadas à prisão de ventre, uma hidratação adequada é essencial ao usar o psyllium. Os nutricionistas recomendam que para cada quilo de peso, se consuma entre 35 e 40 ml de água.
“Sem a água necessária, o psyllium pode causar ressecamento das fezes, mas com uma ingestão adequada ele e outras fibras fontes de fibras semelhantes, como o farelo de trigo e a aveia, são excelentes inclusões no cardápio”, conclui o nutricionista Bruno Rua, de Brasília.
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