Veja riscos do peeling de fenol, prática ligada à morte de jovem em SP
Henrique da Silva Chagas, de 27 anos, morreu dentro da clínica minutos após terminar o procedimento. Médicos recomendam cuidado no uso
atualizado
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O empresário Henrique da Silva Chagas, de 27 anos, morreu em uma clínica de São Paulo na segunda (3/6) minutos depois de realizar um peeling de fenol. Segundo depoimento do marido do jovem à polícia, Henrique reclamou de dores intensas após o procedimento, acabou desmaiando na clínica e morreu antes de ser levado ao hospital.
Embora a investigação ainda esteja apurando se há conexão entre o peeling e o falecimento, a prática pode ser altamente tóxica.
O fenol é um ácido que é aplicado na pele para promover rejuvenescimento e reduzir as manchas na pele. Como é uma das substâncias mais intensas para essa prática, ele deve ser usado com parcimônia: o ácido penetra em toda a epiderme e em parte da derme, removendo toda a camada superior da pele onde é aplicado.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que todos os produtos que contenham uma concentração acima de 2% do ácido ou de correlatos em sua composição sejam tratados como medicamentos e administrados apenas por médicos dermatologistas. Em procedimentos para peeling, a concentração de fenol pode chegar a 45%.
Segundo a dermatologista Mônica Aribi, de São Paulo, o procedimento é indicado apenas para pacientes com alto fotoenvelhecimento. “É fundamental que o ambiente onde o procedimento será realizado esteja devidamente equipado para amparar o paciente em casos de complicações”, acrescenta.
Entre as complicações possíveis, estão o surgimento de manchas e cicatrizes na pele, infecções e intoxicações motivadas pelo contato do fenol com a corrente sanguínea. Se o ácido atinge o coração ou os rins, pode causar falência desses órgãos.
Riscos do peeling de fenol
O cirurgião plástico Matthews Herdy, do Rio de Janeiro, atua em consultório corrigindo problemas causados pelo uso incorreto de fenol e destaca que há muitos casos de aplicações que expõem o público a riscos.
“O peeling de fenol vem sendo substituído por correlatos nos últimos anos justamente pela toxicidade dele, especialmente ao coração. Como o procedimento deve ser feito com anestesia, também podem haver complicações relacionadas ao seu uso. É preciso fazer uma série de exames prévios para evitar complicações e realizar um procedimento dessa dimensão apenas com profissionais médicos que tenham especialização para tal”, conclui ele.
O custo do procedimento é de cerca de R$ 15 mil e deixa intensas manchas e cascas na pele durante o período de cicatrização, que pode levar até 30 dias. A aparência do indivíduo nos dias seguintes ao peeling fica bastante diferente, e vários vídeos nas redes sociais mostram o grave impacto na pele.
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