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Veja quais são os riscos para a saúde de segurar o cocô tempo demais

Quem demora em responder ao chamado da natureza pode enfrentar problemas e desenvolver até uma constipação

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Foto mostra mulher usando a privada em banheiro com tons predominantes de branco - Metrópoles - getty images - urina fezes segurar o cocô
1 de 1 Foto mostra mulher usando a privada em banheiro com tons predominantes de branco - Metrópoles - getty images - urina fezes segurar o cocô - Foto: Getty Images

Muita gente se sente confortável para evacuar apenas quando está em casa e, com isso, acaba segurando o cocô por horas. Porém, o hábito pode trazer impactos negativos à saúde, alertam os médicos.

A evacuação ocorre com a combinação de dois movimentos, os reflexos gastrocólicos, que são involuntários e conduzem o bolo alimentar ao longo do intestino, e a movimentação do reto, voluntária — na maioria das vezes — e que permite a eliminação das fezes que se acumulam na região.

O controle da musculatura do reto é algo que aprendemos desde crianças. Os coloproctologistas afirmam, porém, que quanto mais se treina a capacidade de manter as fezes presas, mais tolerante o corpo se torna à presença do cocô e o ato de evacuar se torna mais trabalhoso.

“É importante respeitar a vontade evacuatória e não ficar segurando muito tempo para manter o ritmo do eixo intestino-neural. Quando a gente segura as fezes, acaba gerando uma constipação refratária e prejudicando o ato evacuatório. Na prática, perdemos parte do controle que temos”, aponta o coloproctologista Dirceu de Castro Rezende Junior, do Hospital Santa Marta, em Brasília.

Riscos de segurar o cocô

A progressiva perda do controle do ato evacuatório por segurar as fezes tempo demais pode levar a uma série de complicações de saúde. Confira as principais:

Retocolite ulcerativa

Embora a causa da colite seja pouco conhecida, a doença inflamatória intestinal pode ter relação com o acúmulo de fezes. Em exposição prolongada, as bactérias do cocô podem inflamar a mucosa do intestino grosso e do reto, causando uma espécie de doença de Crohn localizada. A condição não tem cura e os sintomas podem incluir dor abdominal, urgência evacuatória, diarreia e sangue nas fezes.

Fecaloma

Prender o cocô por tempo demais pode levar à formação de fezes empedradas, já que uma das principais funções da porção final do intestino é retirar a água do cocô. Quanto mais tempo as fezes passam ali, mais secas ficam e maior o risco de ter um fecaloma — algumas vezes, é preciso cirurgia para retirá-lo do corpo.

Hemorroidas

Ao evacuar com as fezes ressecadas, se exige muito esforço da musculatura anal para expulsar o cocô, o que pode levar à inflamação das veias da região, que causam as hemorroidas.

Foto mostra escultura amarronzada semelhante a fezes e cocô colocada sobre uma cesta de frutas - Metrópoles
A frequência saudável para fazer cocô é de três vezes ao dia a três vezes por semana

Qual é a frequência adequada de fezes?

Os efeitos graves de segurar as fezes não são imediatos e é compreensível que algumas situações sociais te impeçam de ir ao banheiro. Entretanto, é importante evitar ao máximo segurar o cocô para manter o bom funcionamento do órgão.

Rezende Junior esclarece, porém, que o ideal também não é estar com o intestino livre demais. “Cada organismo tem sua frequência evacuatória padrão, mas consideramos que ela é saudável quando se concentra entre três vezes ao dia e três vezes na semana. Qualquer valor fora deste intervalo deve motivar uma consulta com o especialista”, conclui.

A também coloproctologista Geanna Resende, de Goiânia (GO), observa que o intestino é educável e que evitar os danos de uma prisão de ventre envolve entender o funcionamento do sistema digestivo.

“Para quem tem tido problemas, o ideal é se concentrar no momento que vai ao banheiro. Não use o celular. Se sente, preferencialmente com os pés um pouco mais elevados, e aguarde alguns minutos. Caso não evacue, aguarde a vontade reaparecer ao longo do dia. Faça isso diariamente, no mesmo horário, que o corpo vai se acostumar a usar este momento para defecar”, ensina Genna.

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