AAS: conheça cinco riscos de medicar crianças com aspirinas
Pediatra explica porque os AAS cairam em desuso para crianças e destaca os cinco principais riscos em usar medicação por conta própria
atualizado
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Os AAS, mais conhecidos como aspirinas, são medicamentos que contém ácido acetilsalicílico, substância com ação antitérmica, analgésica e anti-inflamatória. Eles são comumente utilizados para tratar dores e febres, o que é um erro, especialmente se administrados em crianças.
Segundo a pediatra Mariana Moretto Caniato, da Clínica Abrace, de São Paulo, o uso de medicamentos com ácido acetilsalicílico é uma das heranças de quando não haviam muitas informações sobre o medicamento.
“É uma cultura antiga, antes chamavam os AAS de melhoral infantil. Os pais usavam para tratar as crianças com gripe, catapora e outros sintomas, mas os efeitos colaterais são diversos. Então, administrar aspirinas sem prescrição médica pode ser um erro perigoso”, alerta Mariana.
Confira alguns dos riscos de se automedicar com AAS:
1. Úlcera gástrica
“Por ser um anti-inflamatório não esteróide, os AAS podem causar irritação na mucosa gástrica (gastrite) e úlcera, além de aumentar o risco de sangramentos do trato gastrointestinal, principalmente se há uso prolongado da aspirina”, destaca Mariana.
2. Hemorragia aguda grave
O ácido acetilsalicílico faz com que o sangue demore mais para coagular, o que pode aumentar o risco de hemorragias agudas.
3. Reações alérgicas
Um dos componentes das aspirinas infantis é o corante tartrazina. Ele é capaz de causar reações alérgicas, como asma, rinite, urticária em pessoas com hipersensibilidade.
4. Insuficiência renal
“A lesão renal pode ser causada pelos medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais, como o AAS, porque eles bloqueiam a produção de substâncias chamadas prostaglandinas, que são importantes para manter o fluxo de sangue nos rins. Isso pode levar a danos nos rins que, em casos graves, podem evoluir para insuficiência renal”, aponta a pediatra.
5. Síndrome de Reye
Uma das preocupações mais sérias relacionadas ao uso de AAS em crianças é a Síndrome de Reye. Embora seja rara, essa doença pode ser fatal, causando inflamação e inchaço no cérebro, além de danos ao fígado.
Os grupos de risco incluem crianças, adolescentes e adultos jovens com até 20 anos de idade.
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