Risco de AVC pode estar associado à endometriose, sugere estudo
O estudo observacional realizado por pesquisadores chineses encontrou maior risco de AVC em mulheres com endometriose
atualizado
Compartilhar notícia
Um estudo publicado na revista Stroke no dia 23 de janeiro sugere que a endometriose, distúrbio responsável pelo crescimento do endométrio fora do útero, pode estar associada ao maior risco de AVC em mulheres.
Para a realização da pesquisa, os cientistas da Academia de Ciências Médicas Militares e do Instituto de Ciências Básicas, ambos na China, analisaram a endometriose genética em um grupo de 521.612 pessoas que tiveram AVC. Entre os participantes, 77.257 mulheres apresentaram alguma variação genética causada pela endometriose.
Os pesquisadores descobriram que a condição foi significativamente associada a um risco aumentado de AVC isquêmico total (causado pela obstrução dos vasos sanguíneos) e cardiometabólico (desencadeado a partir de coágulos formados no coração).
Os riscos de AVC isquêmico foram significativamente aumentados para os subtipos de endometriose do ovário, peritônio pélvico (camada que recobre os órgãos abdominais e pélvicos), septo retovaginal (quando a doença atinge entre a parede posterior da vagina e a porção final do reto) e vagina.
A causalidade foi mais significativa para endometriose relacionada à infertilidade e AVC isquêmico cardiometabólico. O neurocirurgião especialista em AVC Victor Hugo Espíndola explica que o estudo é observacional e que ainda não se sabe ao certo o que causa a relação entre as doenças. Por isso, ainda é preciso avançar nas pesquisas.
“A hipótese é que a endometriose deve promover um estado inflamatório que aumenta a formação de trombos e, consequentemente, o risco de um AVC”, afirma Espíndola.
O neurocirugião ensina que a endometriose não deve ser considerada uma doença simplesmente ginecológica e sim uma patologia sistêmica, ou seja, que afeta o corpo todo.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.