Em estudo, médicos conseguem reverter a surdez parcial em camundongos
Cientistas ingleses conseguiram ativar geneticamente os genes de audição com o uso de uma enzima, detendo a perda auditiva dos animais
atualizado
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Os cientistas estão mais próximos de reverter a perda auditiva usando terapias genéticas. Uma pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) no dia 9/8 mostrou o uso de uma enzima que desencadeou alterações genéticas conseguiu corrigir a surdez congênita em ratos.
Os animais tinham um defeito genético que os impedia de ouvir faixas de frequência baixa e média, como ocorre na perda auditiva de pessoas idosas. Para os pesquisadores, o estudo comprova que a deficiência auditiva resultante da diminuição da atividade genética pode ser reversível.
Os ratinhos com surdez parcial foram criados com um gene defeituoso, o Spns2, uma malformação comum do aparelho auditivo em ratos. Depois de crescidos, porém, eles receberam doses de uma enzima especial que os permitiu ouvir.
“Acredita-se que doenças degenerativas, como a surdez progressiva, sejam irreversíveis, mas nosso estudo pôde reverter a disfunção do ouvido interno. Os resultados positivos devem encorajar a pesquisa de métodos como terapia genética ou medicamentos para reativar a audição”, afirma a psiquiatra Karen Steel, professora do King’s College de Londres e principal autora do estudo, em comunicado da instituição.
Tratamento foi mais eficiente na juventude
A enzima foi aplicada em diferentes intervalos na vida dos animais. Ela foi mais eficaz ao ativar o sentido da audição nas duas primeiras semanas de vida do que às oito semanas, até onde foi o estudo.
Os camundongos que passaram pela aplicação das enzimas mais tarde também tiveram a recuperação parcial da audição, mas não nos mesmos níveis daqueles tratados ainda nas primeiras duas semanas de vida. Os que receberam as doses cedo também pareceram ser especialmente protegidos de voltar a enfrentar a surdez na velhice.
“Ver os camundongos outrora surdos responderem a sons após o tratamento foi realmente emocionante. Foi um momento crucial, demonstrando o potencial tangível de reverter a perda auditiva causada por genes defeituosos”, diz a psiquiatra Elisa Martelletti, coautora do estudo.
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