Resultados da vacina de Oxford são publicados em revista científica
Dados de eficácia já tinham sido divulgados em novembro, mas foram revisados pela comunidade científica para permitir a publicação
atualizado
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A AstraZeneca e a Universidade de Oxford publicaram, nesta terça (8/12), os resultados preliminares de seu estudo clínico sobre a vacina contra a Covid-19. O documento foi divulgado pela revista científica The Lancet, uma das mais importantes da área, e é o primeiro a ser publicado no mundo.
Os resultados já tinham sido divulgados em novembro em comunicado de imprensa, mas, agora, passaram pela revisão da comunidade científica e foram aprovados. A publicação mostra que a eficácia média é de 70,4%, chegando a até 90% em pessoas com menos de 56 anos que tomaram metade da primeira dose, e a segunda completa.
A publicação não significa que a vacina está aprovada e pode ser utilizada, uma vez que ainda é necessária a análise das agências reguladoras de cada país. O estudo é preliminar, uma vez que a pesquisa continua sendo feita em vários países.
De acordo com o estudo, nenhuma pessoa que tomou a vacina foi internada ou teve caso grave de Covid-19. Entre os participantes que receberam placebo, dois tiveram casos graves da doença e um morreu. Foram analisados dados de 11.636 pessoas, sendo que 8.895 foram imunizados e 2.741 tomaram o placebo.
“Hoje, publicamos a análise do ensaio de fase 3 e mostramos que esta nova vacina tem um bom histórico de segurança e eficácia contra o novo coronavírus. Somos imensamente gratos aos nossos voluntários de teste por trabalharem conosco nos últimos 8 meses para nos levar a este marco”, escreve, em comunicado, Andrew Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group e investigador-chefe dos testes clínicos.
Crítica
A principal crítica de especialistas é quanto à idade dos participantes: 88% deles têm entre 18 e 55 anos e nenhum com mais de 56 tomou a meia dose que mostra maior eficácia. Anteriormente, a AstraZeneca afirmou que fará estudos adicionais para incluir pessoas mais velhas.
Um dado secundário trazido pelo artigo é a proteção contra a infecção em indivíduos assintomáticos. Foram registrados 69 casos entre os participantes, sendo 0,9% entre os que tomaram a vacina e 1,2% dos que receberam placebo. Segundo os cientistas, isso significa uma eficácia de 27% da vacina.
A vacina de Oxford é a principal aposta do governo brasileiro contra a Covid-19. O imunizante, até aqui, não iniciou o processo junto as agências reguladoras para ser autorizado, como já fizeram as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna.