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Reposição hormonal engorda? Descubra mitos e verdades sobre o assunto

Uma solução para as baixas hormonais é a reposição sintética, mas o tema ainda é cercado de mitos

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Mulher aplicando creme em perna com área de varizes
1 de 1 Mulher aplicando creme em perna com área de varizes - Foto: Free Pik

Os hormônios são substâncias químicas produzidas pelas glândulas. Cada hormônio tem funções específicas, seja de regular o crescimento, a vida sexual, o ciclo circadiano – envolvido no sono – e até o humor.

Nem sempre os hormônios estão equilibrados e vários fatores – entre eles, a fase da vida e a alimentação, – contribuem para isso. Uma solução para as baixas hormonais é a reposição sintética, mas o assunto ainda é cercado de mitos.

Aqui a especialista em manipulação de medicamentos Leandra Sá de Lima, farmacêutica consultora da rede Farmacotécnica, explica algumas das principais dúvidas sobre o assunto.

Ela lembra, entretanto, que qualquer indicação para reposição hormonal deve ser feita por um médico, tendo em conta os sintomas, os exames e o histórico de saúde do paciente.

“Hormônios são substâncias muito potentes e como tal requerem avaliação médica aprofundada para serem recomendados. Eles têm hora de começar e de parar. Precisam ser avaliados de tempos em tempos para ajustes de dosagens, se necessário.”

1- Reposição hormonal através da pele apresenta maiores benefícios e menores riscos?
Verdade. A reposição hormonal pode ser administrada de três formas: via oral, injetável para alguns hormônios ou em cremes que conseguem atravessar a pele e entregar o hormônio na corrente sanguínea. Vários estudos têm demonstrado que quando aplicamos os hormônios na pele, evita-se a transformação muito rápida do hormônio pelo fígado, o que favorece sua efetividade e reduz a chance de efeitos adversos como trombose e outros eventos tromboembólicos, por exemplo.

2 – Reposição hormonal engorda?
Mito. Quando a reposição hormonal é feita com o hormônio certo, de acordo com o que o indivíduo precisa, com a molécula certa – preferencialmente de estrutura igual à molécula que é produzida no corpo ou isomolecular, na dose certa e pela via de administração correta, dificilmente contribuirá com o ganho de peso. Na verdade, pode até favorecer o controle de peso quando os níveis dos hormônios estão alterados.

3 – A reposição de testosterona no homem se destina especificamente à performance sexual?
Mito. A testosterona no homem tem inúmeras outras funções além de libido e da capacidade de ereção. A testosterona no homem favorece a sua capacidade de percepção espacial. Um homem quando começa a esquecer onde largou o carro ou sai arranhando o carro na garagem pode ser um indicativo de que seus níveis de testosterona estão abaixo do ideal. Estados depressivos também podem ser favorecidos pela queda desse importante hormônio. Memória e cognição também são influenciadas.

4 -Melatonina resolve todos os tipos de insônia?
Mito. A melatonina é sim o principal hormônio produzido pelo nosso corpo com capacidade de regular o sono e a vigília – o nosso ritmo circadiano, que faz com que o corpo saiba quando é dia e quando é noite. Entretanto, nem todos os estados de insônia são exclusivamente por falta da melatonina, tanto que algumas pessoas tomam o hormônio e não conseguem resolutividade.

Isso pode ocorrer por falta de alguns nutrientes, pois a melatonina precisa de zinco, magnésio e complexo B para atuar adequadamente no sono. Outras pessoas, por exemplo, têm maior dificuldade de adormecer por não produzirem o neurotransmissor GABA – que é dependente de outros nutrientes para ser produzido. Por isso, a avaliação das dificuldades de sono deve ser individualizada.

5 – Reposição de testosterona na mulher soluciona a falta de libido?
Mito. A libido na mulher é influenciada por um conjunto de fatores. A deficiência de testosterona pode ser um desses fatores que pode e deve ser avaliado pelo médico. Porém, a falta de libido da mulher pode estar atrelada a outras causas, como os níveis de estresse físico e emocional, o relacionamento com o parceiro, a autoestima, fatores emocionais e culturais, além da própria deficiência de outros hormônios.

6 – Hormônio causa câncer?
Cautela. O hormônio em si não causa câncer. Tanto que na juventude é a fase em que temos mais hormônios circulantes e a maioria dos cânceres surge na fase da vida em que a produção hormonal já está em declínio. Porém, pessoas com histórico familiar de câncer devem ter uma avaliação médica rigorosa antes de optar por uma reposição hormonal.

7 – Se eu aplicar o hormônio pela via transdérmica, devo evitar contato da pele com a pele de crianças – como netos, sobrinhos?
Verdade. Existe um potencial risco em transferir o hormônio através do contato da pele. Portanto, o ideal é aplicar o hormônio em regiões do corpo que, além de não ter grande quantidade de pelos, costumem estar cobertas por roupas, como atrás do joelhos, na barriga, nas costas. Caso contrário é possível que a mulher transfira o hormônio feminino para o marido ou para os netos, por exemplo.

8 – Hormônios favorecem o ganho de massa muscular?
Verdade. Porém, existem diferentes formas e tipos de hormônios para essa finalidade. Quando se utilizam hormônios idênticos aos produzidos no corpo, ocorre um favorecimento da massa muscular. Mas ninguém em utilização dessas substâncias isomoleculares irá atingir massas musculares muito grandes. Uma reposição hormonal com objetivo de manter a fisiologia saudável será incapaz de aumentar excessivamente a massa muscular de uma pessoa.

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