metropoles.com

Remédios oncológicos demoram 856 dias entre a Anvisa e o paciente

Levantamento da IQVIA mostra que, apesar da agilidade na análise regulatória, processo de incorporação no SUS ainda é muito lento

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Getty Images
polifarmácia-perigos-remédios-em-excesso – remédio sem receita
1 de 1 polifarmácia-perigos-remédios-em-excesso – remédio sem receita - Foto: Reprodução/Getty Images

Buenos Aires, Argentina – Apesar de estar entre os países que aprovam medicamentos promissores de oncologia e doenças raras mais rápido, o Brasil ainda demora mais de dois anos para oferecer um remédio autorizado pela Anvisa ao paciente.

De acordo com a pesquisa Wait, realizada pela IQVIA, consultoria internacional na área de saúde, em parceria com a Federação Latino Americana de Indústrias Farmacêuticas (Fifarma) e apresentada no 19° Seminário Latino-Americano de Jornalismo em Ciência e Saúde na terça (18/10), depois da liberação do órgão regulatório, uma droga demora, em média, 856 dias para ser disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS).

O processo inteiro, entre a aprovação no FDA (órgão equivalente à Anvisa nos Estados Unidos, que costuma ser o primeiro a receber demandas e autorizar novos medicamentos) e a distribuição, leva cerca de 1.523 dias.

O levantamento foi feito em oito países da América Latina e leva em conta 185 medicamentos oncológicos e de doenças raras que foram aprovados nos EUA e Europa entre 2014 e 2020. No Brasil, 79 deles já foram liberados pela Anvisa, mas só 3 estão disponíveis no SUS, segundo a pesquisa.

Depois que um remédio é aprovado pela agência regulatória, ele precisa passar pela Conitec, uma comissão do Ministério da Saúde que decide quais drogas serão incorporadas no SUS.

“Na comparação com a Europa, a América Latina não está muito mal. Porém, ainda temos muito a melhorar”, explica o diretor de acesso da IQVIA, André Balallai. Ele conta que o levantamento foi feito a partir de informações coletadas com as farmacêuticas e confirmadas pela equipe. “O estudo é uma imagem do momento, é a situação atual. A ideia é usar os dados para desenvolver planos para aumentar a disponibilidade”, lembra.

Balallai diz que o estudo pode ser repetido nos próximos anos para criar uma imagem mais completa da situação de cada país. O grupo pretende expandir o levantamento ainda para outras classes terapêuticas e entender as peculiaridades de cada uma delas.

A diretora executiva da Fifarma, Yaneth Giha, afirma que a pesquisa traz dados sólidos e evidências que permitem às farmacêuticas sentar com o governo de cada país para trabalhar de forma personalizada com cada um. “Alguns fazem algumas partes do processo de forma melhor do que os outros. Podemos compartilhar o que cada um faz para melhorar o acesso, mas sempre pensando na sustentabilidade”, explica.

*A repórter Juliana Contaifer viajou a convite da MSD para acompanhar o 19º Seminário Latino-Americano de Jornalismo em Ciência e Saúde, que está sendo realizado em Buenos Aires.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?