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Loratadina pode? Veja quais são os remédios indicados para a dengue

Alguns remédios ajudam a controlar os sintomas da dengue, outros são proibidos para quem está com a infecção

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Pessoa deitada com uma das mãos na cabeça enquanto olha para um termômetro- Metrópoles - dengue
1 de 1 Pessoa deitada com uma das mãos na cabeça enquanto olha para um termômetro- Metrópoles - dengue - Foto: IAN HOOTON/SCIENCE PHOTO LIBRARY / Getty Images

O Brasil já ultrapassou 680 mil casos de dengue desde o início do ano e a tendência é que os números continuem a subir até abril, cumprindo o ciclo epidemiológico da doença. A dengue desperta preocupação porque não há um remédio específico para tratá-la e porque o desfecho dos casos pode ser a morte.

Não há um medicamento específico para tratar a doença. Alguns remédios disponíveis amenizam os sintomas, mas sempre devem ser indicados por um médico. “Há medicações que podem prejudicar o quadro por isso é imprescindível orientação médica em caso de dengue”, afirma o infectologista Rafael Nogueira, da Kora Saúde, em Tocantins.

A dengue ataca diretamente as plaquetas, impedindo que as células responsáveis pela coagulação do sangue funcionem corretamente. É este ataque que leva ao quadro hemorrágico, quando o corpo não consegue conter sangramentos internos e externos, o que aumenta a chance de morte do paciente. Por esse motivo, medicamentos que afetam o funcionamento das plaquetas são extremamente prejudiciais para os pacientes com dengue.

Confira abaixo a lista de remédios indicada por infectologistas para amenizar sintomas da dengue:

1. Dipirona

A dipirona age nos dois principais sintomas da dengue: reduz dores (musculares, atrás dos olhos e de cabeça) e combate a febre. “A dipirona existe em várias versões e dosagens por isso é bastante usada para aliviar as queixas de pacientes com dengue”, comenta o infectologista Werciley Júnior, coordenador de Infectologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.

Entretanto, ele alerta que o uso da medicação deve ser feito com recomendação médica, pois há pessoas que possuem graves alergias à dipirona.

2. Paracetamol

Assim como a dipirona, o paracetamol também age contra as dores e a febre da dengue. Os problemas são que a medicação pode causar alergias e age intensamente no fígado, o que pode prejudicar a saúde de pessoas que já têm problemas hepáticos.

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses 
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte

Joao Paulo Burini/Getty Images
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias

Joao Paulo Burini/ Getty Images
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos

Joao Paulo Burini/ Getty Images
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes

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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos

Guido Mieth/ Getty Images
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte

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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue

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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão

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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada

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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas

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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas

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3. Plasil

Para aliviar os vômitos e as náuseas características da dengue, os infectologistas recomendam remédios com o princípio ativo metoclopramida, como o plasil. “Ele alivia a sensação de enjoos e controla a ação do vírus no sistema digestivo”, completa Werciley. Assim como os remédios anteriores, o ideal é usá-lo com recomendação médica pois ele pode agravar doenças que o paciente eventualmente já tenha.

4. Loratadina

A loratadina é um antialérgico que alivia a coceira intensa e se tornou popular para quadros de dengue nos quais esse sintoma esteja presente. Entretanto, como ela age bloqueando sinais alérgicos, não é tão eficiente para o quadro vital. Os infectologistas recomendam que o remédio só seja usado com recomendação médica e que grávidas e bebês não usem a medicação.

5. Isotônicos

Além dos medicamentos, boa parte do tratamento da dengue é feito com uma hidratação adequada. “A doença debilita o funcionamento do organismo e os vômitos aceleram o processo de desidratação e desnutrição. Por isso, uma alternativa pode ser recorrer a isotônicos e soros para recompor a saúde”, explica o infectologista Rafael Nogueira.

Outra alternativa é o soro caseiro: basta adicionar duas colheres de sopa de açúcar e uma colher de chá de sal a um litro de água para obter o líquido.

Remédios proibidos para casos de dengue

Também é importante saber quais são os medicamentos proibidos em casos de suspeita de dengue. São eles:

AAS: O ácido acetilacetilsalicílico, presente em remédios como aspirina, Sonrisal, Doril e Engov. É um dos piores inimigos para pessoas com dengue por ser antiplaquetário: ele paralisa o funcionamento das plaquetas, acelerando o processo de debilitação conduzido pelo vírus da dengue. A ingestão dessas medicações pelos pacientes pode levar a quadros de dengue hemorrágica.

Anti-inflamatórios não-hormonais: Remédios com princípio ativo como ibuprofeno, naproxeno e nimesulida também podem atrapalhar a ação das plaquetas. Eles inibem proteínas que ativam estas células, o que pode resultar em sangramentos.

“Combinados com a ação da dengue, eles podem agravar o quadro e gerar até a Síndrome de Reye, uma doença que causa inflamação, inchaço do cérebro e degeneração do fígado”, explica o infectologista Paulo Abraão da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI).

Remédios que exigem cuidados

Anticoagulantes: Pessoas que usam de forma contínua remédios anticoagulantes não devem suspender o uso, pois, em geral, eles estão associados a transplantes ou marca-passos. É importante, no entanto, fazer um acompanhamento constante da atuação deles no organismo para ver como a dengue se associa ao medicamento.

Remédios que não funcionam

“Alguns remédios que foram alvos de notícias durante a pandemia de Covid, especialmente a ivermectina e a cloroquina, também estão sendo divulgados nas redes sociais como opções contra a dengue. É importante ressaltar que eles não ajudam e podem até atrapalhar o tratamento”, alerta o infectologista Werciley Júnior.

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