metropoles.com

Remédio da classe do Ozempic evita progressão do Parkinson, diz estudo

Os pacientes com Parkinson que usaram a lixisenatida em um estudo clínico tiveram evolução mais lenta dos sintomas da doença

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Shutterstock
Imagem colorida de caneta emagrecedora ozempic - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de caneta emagrecedora ozempic - Metrópoles - Foto: Shutterstock

Um medicamento para diabetes tipo 2 semelhante ao Ozempic pode proteger os pacientes com Parkinson do avanço da doença. É o que mostra um estudo de fase 2 feito por pesquisadores da Universidade de Toulouse, na França.

A lixisenatida é um medicamento da classe dos agonistas do receptor GLP-1 fabricado pela farmacêutica francesa Sanofi e vendido sob as marcas Adlyxin e Lyxumia.

Assim como o Ozempic e Wegovy, produzidos pela Novo Nordisk, a lixisenatida simula os efeitos do hormônio intestinal responsável por regular a produção de insulina e os níveis de glicose no sangue, além de contribuir com a sensação de saciedade.

Em um estudo publicado na revista New England Journal of Medicine na quarta-feira (3/4), os cientistas detalham os resultados do estudo clínico com 156 pessoas diagnosticadas com Parkinson em estágio inicial. Os pacientes tinham idades entre 40 e 75 anos.

Os participantes foram separados em dois grupos: os medicados com lixisenatida e os com placebo, para comparação. Ao longo de um ano, os voluntários que receberam o placebo apresentaram piora de sintomas como tremor, lentidão, equilíbrio e rigidez, mostrando a progressão da doença.

Os indivíduos que receberam doses da lixisenatida, por outro lado, não tiveram piora nos sintomas da doença. A diferença entre os grupos foi observada quando os participantes realizaram tarefas simples, como caminhar, levantar-se e mover as mãos.

Ao final de um ano, todos os participantes do experimento interromperam o uso do medicamento por dois meses. Os dois grupos demonstraram piora nos sintomas da doença nesse intervalo, mas a diferença entre eles se manteve, sugerindo que a lixisenatida tinha atrasado a progressão da doença.

“É a primeira vez que temos resultados claros, que demonstram que tivemos impacto na progressão dos sintomas da doença. Acreditamos que a substância tem efeito neuroprotetor”, disse o neurologista e autor sênior da pesquisa, Olivier Rascol, em entrevista à agência AFP.

8 imagens
Esse processo degenerativo das células nervosas pode afetar diferentes partes do cérebro e, como consequência, gerar sintomas como tremores involuntários, perda da coordenação motora e rigidez muscular
Outros sintomas da doença são lentidão, contração muscular, movimentos involuntários e instabilidade da postura
Em casos avançados, a doença também impede a produção de acetilcolina, neurotransmissor que regula a memória, aprendizado e o sono
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de a doença ser conhecida por acometer pessoas idosas, cerca de 10% a 15% dos pacientes diagnosticados têm menos de 50 anos
Não se sabe ao certo o que causa o Parkinson, mas, quando ocorre em jovens, é comum que tenha relação genética. Neste caso, os sintomas progridem mais lentamente, e há uma maior preservação cognitiva e de expectativa de vida
1 de 8

Parkinson é uma doença neurológica caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios responsáveis pela produção de dopamina

KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images
2 de 8

Esse processo degenerativo das células nervosas pode afetar diferentes partes do cérebro e, como consequência, gerar sintomas como tremores involuntários, perda da coordenação motora e rigidez muscular

Elizabeth Fernandez/ Getty Images
3 de 8

Outros sintomas da doença são lentidão, contração muscular, movimentos involuntários e instabilidade da postura

izusek/ Getty Images
4 de 8

Em casos avançados, a doença também impede a produção de acetilcolina, neurotransmissor que regula a memória, aprendizado e o sono

SimpleImages/ Getty Images
5 de 8

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de a doença ser conhecida por acometer pessoas idosas, cerca de 10% a 15% dos pacientes diagnosticados têm menos de 50 anos

Ilya Ginzburg / EyeEm/ Getty Images
6 de 8

Não se sabe ao certo o que causa o Parkinson, mas, quando ocorre em jovens, é comum que tenha relação genética. Neste caso, os sintomas progridem mais lentamente, e há uma maior preservação cognitiva e de expectativa de vida

Visoot Uthairam/ Getty Images
7 de 8

O diagnóstico é médico e exige uma série de exames, tais como: tomografia cerebral e ressonância magnética. Para pacientes sem sintomas, recomenda-se a realização de tomografia computadorizada para verificar a quantidade de dopamina no cérebro

JohnnyGreig/ Getty Images
8 de 8

O Parkinson não tem cura, mas o tratamento pode diminuir a progressão dos sintomas e ajudar na qualidade de vida. Além de remédio, é necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Em alguns casos, há possibilidade de cirurgia no cérebro

Andriy Onufriyenko/ Getty Images

Parkinson

O Parkinson é uma doença degenerativa, crônica e progressiva. A condição afeta o sistema nervoso central dos pacientes, prejudicando principalmente os movimentos do corpo.

Os sintomas incluem tremores, movimentos lentos, dificuldade de fala e problemas de equilíbrio, que pioram com o tempo.

Os pesquisadores ponderam que estudos mais longos e robustos, com uma quantidade maior de participantes, precisam ser feitos para comprovar os efeitos benéficos do medicamento no tratamento do Parkinson, bem como sua segurança.

Os participantes do estudo apresentaram efeitos colaterais comuns ao uso dos medicamentos da classe dos agonistas do receptor GLP-1, como náuseas, vômitos e refluxo. Alguns pacientes também apresentaram perda de peso.

Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?