Conitec incorpora 1º remédio para demência ligada ao Parkinson ao SUS
A rivastigmina é o único medicamento com registro no país para tratamento da demência assocaida à condição e passará a ser ofertado no SUS
atualizado
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O Parkinson é uma das doenças neurodegenerativas mais comuns do mundo: há entre 100 e 200 indivíduos diagnosticados com a condição a cada 100 mil pessoas com mais de 40 anos. Destas, 30% desenvolvem demência associada ao Parkinson. Entretanto, a complicação não tinha tratamentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) até o momento.
Por isso, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) decidiu, na sexta (21/6), incorporar a rivastigmina, o único remédio aprovado no Brasil para tratamento da demência associada ao Parkinson, ao rol de medicamentos a serem distribuídos no serviço público de saúde.
O Ministério da Saúde tem até 180 dias (prorrogáveis por mais 90) pra começar a disponibilizar o produto, que já é distribuído para pacientes com Alzheimer. A previsão é que a inclusão custe aos cofres públicos aproximadamente R$ 47,6 milhões nos próximos cinco anos. Na rede privada, cada caixa com 30 comprimidos do remédio pode custar até R$ 250.
Quais os impactos do remédio?
Vendida em comprimidos, gotas e adesivos, a rivastigmina atua aumentando a quantidade de acetilcolina no cérebro. A enzima ajuda os neurônios a transmitirem com maior eficácia os impulsos do sistema nervoso, o que diminui o declínio neurológico em pessoas com Alzheimer e Parkinson.
Pacientes com Parkinson tratados com rivastigmina tiveram uma melhora de suas funções cognitivas cinco vezes maior do que as que fizeram o tratamento clínico padrão em testes clínicos avaliados pela Conitec.
Foi observada uma menor lentidão cognitiva e melhores índices de atenção e memória, bem como a redução das alucinações, dos delírios e da apatia causada pela demência nos usuários da rivastigmina.
“Sabemos que o envelhecimento da nossa população já é uma realidade. A doença de Parkinson não tem cura e tem afetado uma parcela significativa de brasileiros. Essas pessoas, seus familiares e cuidadores precisam contar com o SUS para terem acesso a tratamentos que propiciem uma vida melhor”, afirmou o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha.
Os tratamentos disponíveis contra o Parkinson
Embora os problemas motores sejam os mais conhecidos impactos do Parkinson, a doença causa uma série de sintomas — são mais de 40 sinais documentados. O mais frequente não é o tremor, mas a bradicinesia, que causa lentidão dos movimentos e se manifesta mais em um lado do corpo que no outro.
Atualmente, o SUS conta com tratamentos medicamentosos e fisioterapêuticos, implantes de eletrodos e geradores de pulsos para estimulação cerebral, para pessoas que vivem com Parkinson.
A maioria dos tratamentos é voltada para diminuir os sintomas da doença. Alguns remédios essenciais para desacelerar a progressão dos sinais já eram distribuídos pelo SUS, mas não são tão efetivos no controle da demência.
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