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Reino Unido e Ômicron: medidas restritivas são exagero ou necessidade?

País parece estar vivendo mais uma onda da pandemia de Covid-19, e voltou atrás em algumas medidas de flexibilização, como o uso de máscaras

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Mulher passeia de máscara ao lado do memorial da covid, em Londres
1 de 1 Mulher passeia de máscara ao lado do memorial da covid, em Londres - Foto: Richard Baker/GettyImages

Com o aumento no número de casos de Covid-19 no Reino Unido, atingindo mais um pico de diagnósticos diários, e a alta transmissão da variante Ômicron, o governo britânico instalou o chamado “Plano B” contra o coronavírus. A expectativa é que a nova cepa seja predominante na nação até o final da semana e, caso não seja controlada, pressione o sistema de saúde no início de janeiro.

A população deve voltar a usar máscaras em locais fechados, e retornar ao home office se possível. O passaporte da vacina fica sendo obrigatório para entrar em eventos grandes e em locais fechados. O governo não proibiu festas de Natal, e nem confraternizações.

Se a situação não melhorar, deve ser instalado o “Plano C”, com mais medidas de restrição, mas sem outro lockdown, a princípio.

As informações iniciais dão conta de que a variante Ômicron é responsável por sintomas leves e poucas hospitalizações, apesar de ser muito mais transmissível. No Reino Unido, onde 69,8% da população já terminou o esquema vacinal, foram registrados 78,6 mil casos novos de Covid-19 nesta quarta-feira (15/12) e 165 mortes.

Saiba mais sobre a variante Ômicron do coronavírus:

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu o alerta sobre a nova variante em 24 de novembro
A Ômicron assusta os pesquisadores por ter muitas mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
São pelo menos 50 mutações, entre as quais 32 ficam localizadas na proteína Spike, usada pelo coronavírus para invadir as células
Os cientistas alertam que não há como saber ainda se as mutações tornaram o vírus mais letal ou mais resistente ao sistema imunológico
Até o momento, não há muitas informações sobre a variante na prática. Porém, pesquisadores da África do Sul acreditam que o risco de reinfecção aumenta 2,4 vezes em quem teve Covid-19
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A variante Ômicron foi identificada na África do Sul, com amostras colhidas no início de novembro de 2021

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu o alerta sobre a nova variante em 24 de novembro

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A Ômicron assusta os pesquisadores por ter muitas mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento

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São pelo menos 50 mutações, entre as quais 32 ficam localizadas na proteína Spike, usada pelo coronavírus para invadir as células

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Os cientistas alertam que não há como saber ainda se as mutações tornaram o vírus mais letal ou mais resistente ao sistema imunológico

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Até o momento, não há muitas informações sobre a variante na prática. Porém, pesquisadores da África do Sul acreditam que o risco de reinfecção aumenta 2,4 vezes em quem teve Covid-19

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Ainda não se sabe se as mutações tornam o vírus mais eficiente em fugir da proteção oferecida pelas vacinas

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Países têm aumentado restrições para conter avanço da nova cepa

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Estudos reforçam a necessidade da vacinação contra a Ômicron

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Pesquisadores e especialistas do país discutem se as medidas são um exagero, uma vez que a variante não parece ter trazido pressão ao sistema de saúde até o momento, ou se são necessárias para evitar problemas nas próximas semanas.

Abertura precoce

Para o epidemiologista Claudio Maierovitch, vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), as medidas tomadas pelos britânicos são “absolutamente justificadas”, uma vez que o país já vinha enfrentando problemas para controlar a pandemia desde antes da chegada da Ômicron.

“Mesmo tendo conseguido vacinar uma parcela importante da população e oferecendo testes com muita facilidade, inclusive para assintomáticos, eles não vinham conseguindo um controle consistente desde que suspenderam as medidas”, explica Maierovitch.

Ele acredita que os britânicos estavam aceitando que o futuro incluiria conviver com o coronavírus, mas o fator surpresa representado pela emergência da Ômicron acabou assustando os responsáveis pela resposta à pandemia. “Não temos segurança alguma de que a Ômicron não trará um novo desastre. É tudo muito recente, não temos nenhum estudo como base”, afirma o epidemiologista.

Maierovitch diz que, mesmo com as indicações de que a nova variante será menos letal, não se pode afirmar que este realmente é o caso. Ele lembra que a maioria dos infectados já estava vacinada, e é esperado que a doença seja mais branda nesses pacientes.

Ômicron no Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem, até o momento, 12 casos confirmados de infecção pela variante Ômicron. Com medo da nova cepa, vários estados já anunciaram o cancelamento das festas de Réveillon e já pensam em proibir grandes aglomerações durante o Carnaval.

Maierovitch acredita que o país deveria estar reafirmando medidas de proteção óbvias independente da entrada da Ômicron, já que a pandemia ainda não acabou — a nova cepa seria apenas mais um motivo para não abandonar as restrições.

“A primeira delas é exigir o comprovante de vacinação nos ambientes de trabalho, escolas, eventos e o passaporte da vacina de quem entra e sai do país. A segundo é o uso de máscaras de boa qualidade em todos os locais, é uma medida barata, acessível, e que não tem contraindicação. Precisamos insistir nisso”, afirma o epidemiologista.

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