Reabertura no Reino Unido incluirá testes na população a cada 15 dias
Medida anunciada pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, será adotada para que país consiga sair do lockdown com segurança
atualizado
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A população da Inglaterra fará exames de rotina, duas vezes por mês, para detectar o novo coronavírus. A medida, anunciada pelo governo britânico nesta segunda-feira (5/4), tem o objetivo de garantir que o país suspenda, com segurança, o lockdown. O primeiro-ministro Boris Johnson afirmou que testar regularmente as pessoas ajudará a interromper os surtos e permitirá que as pessoas retomem seus hábitos cotidianos.
Segundo informações do governo britânico, os testes rápidos para toda a população estarão disponíveis gratuitamente, a partir de sexta-feira (9/4), no correio, nas farmácias e nos locais de trabalho. Os testes de fluxo lateral fornecem resultados em minutos, mas são menos precisos do que os testes de PCR, usados para confirmar oficialmente os casos de Covid-19.
O governo insiste que os testes rápidos são confiáveis. O ministro da Saúde, Edward Argar, afirma que os exames produziram uma taxa de falsos positivos – resultado que indica a presença do vírus quando, na realidade, não há – em menos de 1 em cada mil testes. “Portanto, esse ainda é um teste altamente preciso, que pode desempenhar um papel muito importante na reabertura de nosso país e de nossos negócios, porque é muito simples de fazer”, disse Argar à Sky News.
Johnson anunciará, ainda nesta segunda-feira (5/4), os próximos passos da reabertura do país, após três meses de bloqueio. Ele deve confirmar, em uma entrevista coletiva, a reabertura de salões de beleza, lojas não essenciais, bares e restaurantes, na Inglaterra, prevista para 12 de abril. Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte estão seguindo cronogramas diferentes.
O Reino Unido registrou quase 127 mil mortes por coronavírus, o maior número de óbitos na Europa. As infecções e as mortes, entretanto, caíram drasticamente durante o bloqueio e desde o início de uma campanha de vacinação – que, até agora, aplicou a primeira dose a mais de 31 milhões de pessoas, ou seis em cada dez adultos.
Restrições a viagens
O primeiro-ministro não deve dizer aos britânicos quando ou para onde eles poderão viajar – atividade atualmente proibida por lei – nas férias. O governo destacou que, antes de 17 de maio, não suspenderá a proibição de viagens. As autoridades britânicas estão considerando um sistema de “semáforos”, o qual classificaria os países como verdes, amarelos ou vermelhos, com base no nível de infecções. O isolamento não seria exigido, por exemplo, para pessoas retornando de nações sinalizadas como verdes.
Outra iniciativa cogitada pelo governo britânico é um sistema de certificado, ou “passaporte de vacina”. Se implementada, a ação permitiria que pessoas que precisam viajar ou comparecer a eventos mostrem que estão receberam vacina contra o coronavírus, recentemente testaram negativo para o vírus ou recentemente tiveram Covid-19 – e, portanto, têm alguma imunidade.
A questão dos passaportes para vacinas tem sido calorosamente debatida em todo o mundo, levantando questões sobre o quanto governos, empregadores, e outros lugares têm o direito de saber sobre o status do vírus de uma pessoa. A ideia é contestada por uma ampla faixa de legisladores britânicos, desde políticos de oposição de centro-esquerda a membros do Partido Conservador de Johnson.
O legislador conservador Graham Brady disse que os passaportes vacinais seriam “intrusivos, caros e desnecessários”. O líder do Partido Trabalhista, de oposição, Keir Starmer, chamou a ideia de “não britânica”.
O governo planeja uma série de eventos experimentais em massa em abril e maio, incluindo jogos de futebol, shows e outros eventos esportivos, para ver se as grandes multidões podem retornar a locais de esportes e entretenimento. Os participantes serão testados para o vírus antes e depois, mas o governo disse que os eventos não envolverão, inicialmente, passaportes de vacinas.
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