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“Raridade no mundo”: brasileiro descobre ter os órgãos do lado errado

Diagnóstico de Situs Inversus mostrou que o paulista de 23 anos tinha importantes órgãos invertidos no tórax e abdômen. Condição é rara

atualizado

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Alessandro Guerra Prudente/ Imagem cedida ao Metrópoles
Rapaz de casaco com as duas mãos nos bolsos da calça - Metrópoles
1 de 1 Rapaz de casaco com as duas mãos nos bolsos da calça - Metrópoles - Foto: Alessandro Guerra Prudente/ Imagem cedida ao Metrópoles

Por anos, o vendedor paulista Alessandro Guerra Prudente, 23 anos, se queixou de sentir uma leve aceleração do lado direito do peito, mas nunca entendeu o motivo. No início deste ano, ao tentar tratar um problema gástrico, o rapaz foi surpreendido pelos médicos com a notícia de que tem importantes órgãos localizados no lado “errado” do corpo.

Exames de imagem mostraram que o fígado, geralmente disposto do lado direito do abdômen, está no esquerdo. O baço, que deveria estar à esquerda, aparece à direita. Alessandro foi diagnosticado com Situs Inversus, uma condição rara, com incidência de apenas 0,1% na população mundial.

“Nunca imaginaria que tinha nascido com os órgãos invertidos. Eu tinha problemas de gastrite e fiz um exame de ultrassom total para investigar. A médica não estava achando os órgãos onde eles deveriam estar. Quando falei que sentia uma aceleração do lado direito do peito, ela mudou a posição da máquina e viu o meu coração lá. Foi uma surpresa para todo mundo”, lembra o estudante de artes cênicas.

O rapaz conta que rapidamente a sala onde passava pelo exame foi tomada por outros profissionais que queriam ver as imagens raras. “Eu fiquei muito assustado. Eles perguntam: ‘Você sabia que é uma raridade no mundo?’. Mas eu não sei se isso é bom ou ruim. Não sei se isso pode me trazer alguma complicação no futuro”, pontua.

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Imagens de ultrassonografia mostram baço de Alessandro em lado invertido
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O mesmo foi observado com o fígado do rapaz

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Imagens de ultrassonografia mostram baço de Alessandro em lado invertido

Alessandro Guerra Prudente/ Imagem cedida ao Metrópoles

Embora seja considerada uma anomalia de localização, na grande maioria dos casos a Situs Inversus não afeta o funcionamento dos órgãos ou interfere na longevidade dos pacientes, de acordo com o cirurgião geral Lúcio Lucas Pereira, coordenador do Centro Cirúrgico do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília.

A inversão ocorre durante o desenvolvimento embrionário e se concentra apenas nos órgãos do tórax e do abdômen. Os demais não sofrem alteração. “É uma anomalia congênita autossômica recessiva. É como se, no momento da formação, o embrião trocasse os lados. Os que deveriam ficar do lado esquerdo, vão para o direito e vice-versa”, explica Pereira.

Dependendo dos órgãos que são afetados, a Situs Inversus pode ser classificada em cinco tipos: Situs Inversus Totalis, quando todos os órgãos localizados no tórax e no abdômen estão invertidos; Situs Inversus Parcial, quando apenas alguns órgãos estão do lado errado; Situs Inversus Abdominal, onde somente os órgãos da região abdominal estão invertidos.

Há também o Situs Ambiguous, quando o baço está ausente ou duplicado, o fígado está na linha média do corpo ou quando há sinais de má rotação intestinal. Por fim, existe ainda a dextrocardia, quando o coração se encontra do lado direito.

O caso de Alessandro ainda não foi completamente diagnosticado: apesar de os médicos acreditarem que ele tem a versão Totalis, o laudo confirma apenas os órgãos invertidos na cavidade abdominal.

Tratamento

O coordenador do Centro Cirúrgico do Hospital Sírio-Libanês explica que, em regra, pacientes com a condição não precisam ser submetidos a nenhum tratamento ou procedimento para inversão dos órgãos.

“Caso seja submetido a algum procedimento cirúrgico torácico ou abdominal, por qualquer motivo, eles devem avisar a equipe médica sobre a inversão dos órgãos (para evitar erros)”, alerta.

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