metropoles.com

Rápido avanço da variante delta coloca em risco reabertura da Europa

Ela é responsável por 96% das infecções em Portugal, 20% na Itália e 16% na Bélgica. No Reino Unido, a cepa representa 98% dos novos casos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Anna Shvets/Pexels
Países anunciam medidas restritivas devido a nova variante
1 de 1 Países anunciam medidas restritivas devido a nova variante - Foto: Anna Shvets/Pexels

A retomada da vida normal na Europa corre risco em razão do rápido avanço da variante delta do novo coronavírus. Embora a nova cepa, identificada pela primeira vez na Índia, responda por apenas uma fração do total de casos de Covid-19 no continente, ela está ganhando terreno em países como Alemanha, Espanha e França, e é a maior preocupação de autoridades do Reino Unido e de Portugal, onde ela já é dominante.

No momento em que os europeus voltam a frequentar estádios de futebol e se preparam para as férias de verão, a variante delta já é responsável por 96% das infecções em Portugal, mais de 20% na Itália e 16% na Bélgica. No Reino Unido, o número de casos triplicou em maio, sendo a cepa indiana responsável por 98% das novas infecções.

Com os contágios aumentando, alguns países preferiram retroceder no relaxamento de algumas restrições, voltando a impor limitação na circulação de pessoas. Em Portugal, o governo proibiu viagens não essenciais à região metropolitana de Lisboa durante o fim de semana, após ser constatado que 60% dos novos casos eram da nova cepa.

Na segunda-feira (21/6) a ministra da Saúde de Portugal, Marta Temido, admitiu que novas medidas restritivas podem ser adotadas caso a progressão permaneça. “Sempre dissemos que as linhas dos nossos mapas de referência são indicadores que nos levam a travar ou acelerar e tomar medidas em função daquilo que é a situação. Sabemos que estamos com um risco de transmissão elevado e com um número de novos casos por dia que é também elevado”, disse a ministra.

A situação também é preocupante em outras partes da União Europeia. Autoridades francesas estão tentando conter um surto na região de Landes, perto da fronteira com a Espanha, onde 125 casos da variante foram confirmados e outros 130 estão sob suspeita, representando cerca de 30% das infecções recentes na área. Focos da cepa indiana também foram identificados nos arredores de Paris e em Estrasburgo.

O ministro da Saúde francês, Olivier Verán, afirmou que entre 2% e 4% das amostras analisadas no país testaram positivo para a variante indiana. “Ainda é um número baixo, mas é similar a situação do Reino Unido algumas semanas atrás”, disse.

Alguns cientistas temem que o vírus possa ter se espalhado ainda mais, mas não foi detectado, já que a Europa realizou menos sequenciamentos genômicos do que o necessário. “É caro, consome tempo e foi negligenciado”, afirmou o diretor do Instituto de Saúde Global da Universidade de Genebra, Antoine Flahault.

Em meio à preocupação de uma quarta onda, cientistas europeus voltam a atenção para o Reino Unido, onde os casos de Covid-19 triplicaram no mês passado e a variante delta é responsável por 98% das novas infecções. Eles tentam entender o que pode acontecer e quais medidas podem ser tomadas.

Na semana passada, após dados oficiais mostrarem que a variante indiana pode aumentar o risco de hospitalização em até 2,2 vezes, em comparação com a variante Alfa, o primeiro-ministro, Boris Johnson, suspendeu o relaxamento das restrições no Reino Unido, adiando o que vinha sendo chamado de “Dia da Liberdade”, marcado para 21 de junho.

“Acho sensato esperar um pouco mais”, afirmou Johnson. “Ao sermos cautelosos agora, teremos a oportunidade nas próximas semanas de salvar milhares de vidas ao vacinarmos mais milhares de pessoas.”

Apesar da interrupção no plano, ainda assim houve alguma abertura, com a autorização para a realização de casamentos com até 30 convidados, desde que divididos em mesas com até seis pessoas. “As decisões que o Reino Unido toma para reabrir a vida e a sociedade servirão como um laboratório para nós na Europa”, disse Bruno Lina, virologista que assessora o governo francês.

A vacinação vem sendo apontada como um aspecto fundamental para minimizar o impacto da variante indiana. Uma pesquisa no Reino Unido, na semana passada, mostrou que receber as duas doses da vacina – Pfizer e AstraZeneca – previnem hospitalizações causadas pela nova cepa.

O estudo da Public Health England (PHE), com mais de 14 mil pacientes, aponta que as duas doses da Pfizer protegem 96% contra as hospitalizações derivadas da cepa indiana, enquanto as da AstraZeneca oferecem uma eficácia de 92%. “(O estudo) prova como é crucial se vacinar pela segunda vez”, afirmou o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock. (Com informações de agências internacionais)

Saiba como o coronavírus ataca o corpo humano:

6 imagens
1 de 6

Yanka Romao/Metrópoles
2 de 6

Yanka Romao/Metrópoles
3 de 6

Yanka Romao/Metrópoles
4 de 6

Yanka Romao/Metrópoles
5 de 6

Yanka Romao/Metrópoles
6 de 6

Yanka Romao/Metrópoles

 

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?