Quimerismo: conheça condição que afeta Brisa, personagem de Travessia
Na trama, Brisa descobre que tem quimerismo, uma condição genética rara que a impede de provar ser mãe de seu filho Tonho
atualizado
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Uma das protagonistas da novela das 21h da Globo, Brisa, enfrenta um problema de má formação genética que a impede de provar ser mãe de seu filho: o quimerismo. Mas você sabe o que é isso?
O médico geneticista Alexandre Lucidi explica que as pessoas com quimerismo nascem com dois materiais genéticos distintos em suas células. No entanto, a condição também pode acontecer durante um transplante de células-tronco.
“Na teoria, acontece quando há dois embriões fecundados no útero que geram dois zigotos (mesma formação de gêmeos). No entanto, os embriões se fundem, originando apenas um bebê que possui dois materiais genéticos diferentes”, explica.
No caso da novela, ao analisar o DNA de Brisa, não há compatibilidade 100% com seu filho, que recebeu apenas uma parte do material da personagem.
Quais são os sintomas?
O quimerismo é uma condição difícil de ser diagnosticada e os sintomas aparecem com pouca frequência. Eles se manifestam com:
- Olhos de cores diferentes;
- Tons de pele diferentes;
- Manchas de cabelo colorido ou com textura diferente;
- Distúrbio do desenvolvimento sexual (genitais com partes de ambos os sexos).
No entanto, existem ainda outros sintomas mais raros de quem apresenta esse distúrbio, como a morte de um dos bebês em uma gravidez gemelar, falhas inexplicáveis em testes de DNA dos pais, ter dois tipos sanguíneos, ser canhoto ou ambidestro e, em pessoas transgênero.
Nesse último caso, Lucidi explica que quando o quimerismo envolve os cromossomos sexuais (X e Y), as células cerebrais podem ter esses cromossomos diferentes de outras células do corpo, contribuindo teoricamente para uma identidade transgênero.
Como o diagnóstico é feito?
O geneticista explica que o método STR, que analisa a constituição genética, é o mais usado, pois avalia a mistura de DNA do doador e do receptor no sangue ou na medula óssea do receptor.
“Para realizar a análise de quimerismo, as amostras do receptor e do doador pré-transplante são coletadas e usadas para comparação com as amostras do receptor pós-transplante. As células doadoras e receptoras são diferenciadas umas das outras usando marcadores únicos de CNV (variação do número de cópias) que fornecem perfis genéticos exclusivos”, afirma Lucidi.
Apesar do quimerismo não afetar de forma negativa a vida de uma pessoa, o diagnóstico pode trazer benefícios para a saúde mental de quem passa por uma crise de identidade, ajudando-a a compreender alguns fenômenos considerados inexplicáveis.
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