“Quem quer lockdown? Ninguém”, diz novo ministro da Saúde
Marcelo Queiroga diz que vai conversar com governadores, prefeitos e setor de infraestrutura para encontrar medidas de distanciamento
atualizado
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Na primeira entrevista coletiva do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o médico questionou: “Quem quer lockdown? Ninguém. A população não adere”. Segundo ele, é preciso um sistema prático para adotar medidas sanitárias mais eficientes e controlar a disseminação do coronavírus em território nacional.
Queiroga afirmou que o uso de máscara é fundamental, que é preciso manter “um certo distanciamento” entre as pessoas. Segundo o ministro, a comissão de enfrentamento organizada pelo governo federal vai ser instalada, e haverá uma conversa com governadores e prefeitos, além de representantes do Ministério da Infraestrutura, para discutir maneiras factíveis de criar distanciamento que possam ser adotados pela população.
“Recebi a incumbência, que é da maior gravidade, emanada dos três poderes da República, de manter a transparência. Vamos cumprir ao pé da letra. Vamos em frente, construir um ambiente de harmonia e colaboração, e fazer com que a população possa aderir às medidas sanitárias”, diz Queiroga.
Segundo o ministro, a maneira de frear a escalada da pandemia no país é com a aplicação das medidas sanitárias mas, sobretudo, com a vacina. Ele explica que a imunização pode ajudar a diminuir a circulação de vírus e evitar casos graves. “Queremos fazer política de saúde, não política na saúde. É hora de nos unir, gerar luz, e não calor”, afirma.
Visita aos hospitais
Queiroga disse ainda que irá visitar os hospitais pessoalmente para verificar como está sendo feita a assistência aos pacientes com Covid-19, e como é possível melhorar. “Estamos em um pico de óbitos, uma situação grave que requer cuidado de todos. Mas não posso ter resultado no segundo dia. É preciso um pouco de tolerância”, pediu.
Em tom mais conciliador do que o ex-ministro Eduardo Pazuello, Queiroga disse querer trabalhar junto com a imprensa e pediu um voto de confiança. “Prefiro os que me criticam aos que me bajulam. Os primeiros falam a verdade, e os segundos, corrompem. Vamos trabalhar em harmonia. Entrei no Ministério pela porta da frente, e quero dialogar, trabalhar de peito aberto, para que possamos construir um futuro melhor para a saúde pública”, concluiu.