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Quem já foi vacinado contra o coronavírus pode viajar em segurança?

Órgão dos EUA autorizou viagens para pessoas que já receberam as duas doses do imunizante. Situação brasileira é diferente, diz especialista

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Mulher com vestido jeans e chapéu empurrando carrinho com mala de viagem
1 de 1 Mulher com vestido jeans e chapéu empurrando carrinho com mala de viagem - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos comunicou, na sexta-feira (2/4), que pessoas vacinadas contra a Covid-19 podem viajar, uma vez que apresentam risco baixo de contaminação pelo coronavírus. O anúncio fez com que muitos começassem a se perguntar se, de fato, pessoas imunizadas podem viajar. Embora alguns locais já tenham permitido o ingresso de passageiros vacinados, a medida ainda pode demorar a ser estendida aos brasileiros.

No Brasil, infelizmente, não há como prever quando poderemos viajar com tranquilidade, mesmo após a população ser vacinada. A análise é do infectologista André Bon, do Hospital Brasília. De acordo com o especialista, o primeiro motivo é que os imunizantes em uso atualmente no país, como a Coronavac e a fórmula Oxford/AstraZeneca, não possuem eficácia individual tão alta.

Apesar de imunizantes diminuírem o risco de contrair Covid-19, o infectologista frisa que ainda não há confirmação científica de que o indivíduo está totalmente protegido após ser vacinado. “Outro ponto é que o objetivo da vacina é coletivo, para que o vírus pare de ser transmitido”, completa André.

Além de tudo isso, as variantes do Sars-Cov-2 que circulam atualmente no Brasil são outro empecilho para assegurar a segurança nas viagens. Isso porque, de acordo com pesquisas atuais, ainda não há como ter certeza de que as vacinas existentes hoje serão totalmente capazes de combater as mutações identificadas — e outras que ainda podem surgir.

“Juntando todos esses fatores, trazer essa recomendação do CDC para o Brasil é imprudente, porque temos vacinas diferentes das utilizadas por lá e variantes diferentes também, além do baixo percentual de brasileiros vacinados, em comparação com os EUA”, analisa o infectologista.

De acordo com André Bon, o que vai determinar a volta das viagens seguras no Brasil é a queda no número de casos, não necessariamente a porcentagem de pessoas imunizadas. “Quando tivermos uma curva descendente estável, poderemos começar a conversar sobre isso. Porém, neste momento de piora epidemiológica, temos que pensar em restringir a movimentação, não em estimular viagens.”

Veja como é o funcionamento das vacinas contra a Covid-19:

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