Queda de cabelo no inverno: saiba o que fazer para evitar problema
Dermatologista explica porque fios caem mais nas estações mais frias do ano e dá dicas para manter as madeixas saudáveis
atualizado
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O seu cabelo está caindo mais nas últimas semanas? A resposta pode estar na transição entre as estações e nos hábitos que costumamos manter quando fica mais frio.
A dermatologista Hellisse Bastos explica que, durante o outono e o inverno, o sol se põe mais cedo e as pessoas têm menos disposição de luz solar, o que pode precipitar o efluvio telógeno, que é a queda fisiológica dos fios.
“Geralmente, a queda fisiológica normal acontece nessa transição do outono para o inverno por causa da diminuição da exposição solar”, conta a médica. A princípio, o problema não é preocupante a menos que a perda dos fios se mostre excessiva.
Segundo Jackeline Alecrim, cientista especialista em cosmetologia avançada, os cabelos crescem em média um centímetro por mês. É normal perder cerca de 100 fios de cabelo por dia. No entanto, quando a queda aumenta para 200 ou 300 fios por dia, que pode ser notada por conta de tufos de cabelo na escova ou no ralo do chuveiro, é importante investigar se há algum problema.
O eflúvio telógeno também pode ocorrer quando a pessoa sofre uma infecção, como uma pneumonia, ou sofre um estresse psicológico importante.
Outro agravante para a queda de cabelos nesta época do ano são nossos hábitos diários. A estação do ano que mais afeta o couro cabeludo é o inverno, pois as pessoas tomam banho com água mais quente causando aumento de oleosidade, descamação e caspa, que podem ocasionar a queda.
Alguns hábitos simples devem ser incluídos na rotina para tornar os fios mais saudáveis e fortes, prevenindo problemas e diminuindo o risco de que a perda se torne significativa.
Cuide da saúde do couro cabeludo
Assim como a pele do rosto, o couro cabeludo também pode ser normal, seco ou oleoso. Por isso, é fundamental entender qual é o seu tipo para utilizar os produtos certos, na quantidade adequada.
O tipo de cabelo e o padrão de produção de oleosidade influenciam diretamente na frequência com que a cabeça deve ser lavada. O recomendado é que o couro cabeludo seja higienizado ao menos três vezes por semana para evitar o acúmulo excessivo de sujeira, células mortas e oleosidade.
“Isso aumenta a proliferação de fungos e bactérias, podendo causar dermatites no couro cabeludo”, explica Jackeline.
Evite banhos com água muito quente
É recorrente que optemos por banhos mais quentes no inverno. Além de fazer mal para a pele do corpo, a temperatura da água pode irritar o couro cabeludo e aumentar a oleosidade dos fios, o que contribui para a queda de cabelos.
“A água quente é um gatilho para a dermatite seborreica e a caspa, além de ressecar a fibra do cabelo, deixando os fios sem brilho. A água morna é a melhor opção”, diz a dermatologista Hellisse Bastos.
Aproveite os benefícios do óleo de rícino
O óleo de rícino é rico em ácidos graxos, vitamina E e sais minerais. Ele promove a síntese de queratina no cabelo, o que deixa os fios mais fortes.
Ele pode ser passado diretamente no couro cabeludo ou misturado com cremes e máscaras. É importante, entretanto, estar atenta à quantidade, pois o óleo também promove a vasodilatação, o que pode deixar o cabelo oleoso.
“É preciso ter cuidado com a quantidade para não deixar o cabelo muito oleoso. Algumas gotinhas são suficientes “, sugere Hellisse.
Não durma com os cabelos molhados
Evite lavar os cabelos à noite mas, se não for possível, seque-os antes de deitar e se certifique de que o couro cabeludo não continua molhado. A umidade facilita a proliferação de fungos e bactérias causadoras de dermatites e de caspa.
Cuidado com a temperatura do secador
Tudo na vida é uma questão de equilíbrio, certo? Assim como dormir com o cabelo úmido faz mal para a saúde do couro cabeludo, a exposição excessiva do calor do secador nos fios pode desnaturar a queratina, principal proteína do cabelo, que é responsável pela elasticidade e resistência dos fios.
Para evitar danos, o correto é usar o secador a, no mínimo, 15 centímetros de distância das mechas, mudando a direção do jato de ar quente para não queimar os fios.
Atenção à saúde geral do organismo
A queda de cabelo não deve ser encarada como uma questão simplesmente estética. Ela pode ser um alerta para outros problemas de saúde.
“Ninguém morre de queda de cabelo. Nosso organismo é tão sábio que ele retira nutrientes de órgãos menos vitais e envia para os mais vitais para restabelecer a ordem. No entanto, as quedas de cabelo devem sempre ser investigadas”, afirma Hellisse.
De acordo com a dermatologista, até questões de saúde mental, como estresse e ansiedade, influenciam na saúde dos cabelos. Ela recomenda a prática de atividades físicas ou de um hobby como estratégias prazerosas para se manter saudável.
Também é importante dormir bem e seguir uma alimentação equilibrada. Entre os nutrientes que ajudam a manter a saúde dos fios, estão alimentos ricos em vitaminas do complexo B –B5, B9, B6 e B8 –, vitaminas C, D e zinco.