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Quarta onda de Covid na Europa ameaça o Brasil? Especialistas explicam

Brasil precisa acelerar campanha de de vacinação para evitar novo aumento de casos e bloquear circulação do vírus Sars-CoV-2

atualizado

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Espanha Coronavírus
1 de 1 Espanha Coronavírus - Foto: Cesc Maymo/Getty Images

Depois de um período de otimismo, com o controle da Covid-19 entre meados de abril e agosto deste ano, alguns países da Europa voltam a ver os registros de novos casos da infecção dispararem. Cientistas ouvidos pelo Metrópoles afirmam que a quarta onda da pandemia no continente é uma ameaça para todo o mundo, inclusive para o Brasil.

“Enquanto não vacinar todo mundo, se abrir mão do uso de máscaras, liberarmos aglomerações e não pedirmos o passaporte da vacina, é esperado que ocorram novas ondas. A doença é cíclica e novos ciclos serão evitados vacinando a população”, afirma a epidemiologista Carla Domingues, especialista em saúde pública.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) vem fazendo alertas recorrentes sobre a situação da Europa. Nessa segunda-feira (23/11), durante a conferência de abertura do Congresso Brasileiro de Epidemiologia, uma das diretoras da entidade, Mariângela Simão, afirmou que o mundo está entrando em uma quarta onda da pandemia da Covid-19.

Veja quais são os sintomas mais frequentes de Covid-19:

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Idosos e pessoas com comorbidades, como doenças cardíacas, pulmonares ou obesidade, e os imunossuprimidos apresentam maior risco de desenvolver complicações mais sérias da Covid-19
No início da pandemia, os principais sintomas associados à doença eram febre, cansaço, tosse seca, dores no corpo, congestão nasal, coriza e diarreia
Dois anos depois da confirmação do primeiro caso, com o surgimento de novas variantes do coronavírus, a lista de sintomas sofreu alterações
Pacientes passaram a relatar também calafrios, falta de ar ou dificuldade para respirar. Fadiga, dores musculares ou corporais, dor de cabeça, perda de olfato e/ou paladar, dor de garganta, náusea, vômito e diarreia também fazem parte dos sintomas
A variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, espalhou-se rapidamente pelo mundo e gerou um novo perfil da doença
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Os testes laboratoriais confirmaram que o medicamento é capaz de conter a capacidade viral de mutações, como a Ômicron e a Delta, classificadas como variantes de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS)

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Idosos e pessoas com comorbidades, como doenças cardíacas, pulmonares ou obesidade, e os imunossuprimidos apresentam maior risco de desenvolver complicações mais sérias da Covid-19

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No início da pandemia, os principais sintomas associados à doença eram febre, cansaço, tosse seca, dores no corpo, congestão nasal, coriza e diarreia

Andrea Piacquadio/Pexels
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Dois anos depois da confirmação do primeiro caso, com o surgimento de novas variantes do coronavírus, a lista de sintomas sofreu alterações

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Pacientes passaram a relatar também calafrios, falta de ar ou dificuldade para respirar. Fadiga, dores musculares ou corporais, dor de cabeça, perda de olfato e/ou paladar, dor de garganta, náusea, vômito e diarreia também fazem parte dos sintomas

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A variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, espalhou-se rapidamente pelo mundo e gerou um novo perfil da doença

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Atualmente, ela se assemelha a um resfriado, com dores de cabeça, dor de garganta, coriza e febre, segundo um estudo de rastreamento de sintomas feito por cientistas do King's College London

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A mudança no perfil dos sintomas é um desafio no controle da pandemia, uma vez que as pessoas podem associá-los a uma gripe comum e não respeitar a quarentena, aumentando a circulação viral

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Um estudo feito no Reino Unido, com 38 mil pessoas, mostrou que os sintomas da Covid-19 são diferentes entre homens e mulheres

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Enquanto eles costumam sentir mais falta de ar, fadiga, calafrios e febre, elas estão mais propensas a perder o olfato, sentir dor no peito e ter tosse persistente

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Os sintomas também mudam entre jovens e idosos. As pessoas com mais de 60 anos relatam diarreia com maior frequência, enquanto a perda de olfato é menos comum

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A maioria das pessoas infectadas que tomaram as duas doses da vacina sofre com sintomas considerados leves, como dor de cabeça, coriza, espirros e dor de garganta

Malte Mueller/GettyImages

 

Vacinação

Atualmente, a Europa vive uma situação heterogênea em relação à cobertura vacinal. Enquanto Portugal e Espanha têm 86,6% e 79,6% da população totalmente imunizada, respectivamente, a Alemanha segue com 68% dos habitantes com as duas doses ou dose única, a Áustria com 65%, a Estônia com 59% e a Rússia com 37%, segundo a plataforma Our World In Data.

A cobertura vacinal estagnada combinada com o avanço da variante Delta do novo coronavírus – em especial entre os não vacinados – e as flexibilizações das medidas de proteção são fatores que contribuíram para o aumento de casos.

Embora o Brasil tenha, até essa segunda-feira (22/11), 70,9% da população com 12 anos ou mais totalmente imunizada contra a Covid-19, Carla Domingues lembra que o país de proporções continentais também vive disparidades em relação à vacinação.

“Assim como a maioria dos países estagnaram em 60% da população vacinada, mas com uma cobertura não homogênea, temos municípios muito bem na campanha de vacinação e outros que estão muito atrás, deixando suas populações mais vulneráveis”, afirma a epidemiologista.

Junto a isso, há a retomada das viagens para o exterior, que podem resultar em uma maior circulação do vírus.

Tempo de reação

A epidemiologista Carla Domingues lembra que a situação da epidemia da Covid-19 no Brasil tem uma defasagem de três meses em relação aos EUA e aos países da Europa. Foi assim no início da pandemia e ao longo de quase dois anos. “Vimos a pandemia começar nos países desenvolvidos e depois vir com mais força períodos depois”, recorda.

Para que o país não repita esse ciclo, a biomédica Mellanie Fontes-Dutra, pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e divulgadora científica pela Rede Análise Covid-19, afirma que é preciso acelerar ainda mais a vacinação por aqui, com o regime completo de duas doses.

“Também é preciso reforçar as medidas que impactam na transmissão, como o uso de máscaras principalmente em ambientes fechados, além da preferência por ambientes abertos e bem ventilados, assim como o distanciamento físico sempre que possível”, reforça Mellanie.

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