Quarta onda de Covid? Entenda atual situação da pandemia no Brasil
Novos casos e hospitalizações foram registrados em todas as regiões do país; cenário aumentou temores sobre a possibilidade de nova onda
atualizado
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Novo aumento de casos de Covid-19 e hospitalizações provocadas pela doença foi observado em todas as regiões do país na última semana, como mostrou o recente boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Com a maior circulação do coronavírus após um período de queda consistente, surge o questionamento: estamos entrando em nova onda da pandemia?
O pesquisador da Fiocruz Leonardo Bastos afirma que os números indicam o “início de uma possível onda”, que ainda pode ser evitada. “Se não encararmos este momento como um alerta, podemos ver uma disparada de casos e, aí sim, poderemos viver uma nova onda”, assinala.
De acordo com o pesquisador, é esperado que os números voltem a crescer, uma vez que a Covid-19 é uma doença viral respiratória não controlada. Um cenário semelhante é visto em outros países, como os Estados Unidos, onde foram registrados cerca de 100 mil casos por dia na última semana. No Brasil, a quantidade de novos casos oscilou ao redor de 30 mil no mesmo período.
“O aumento é visto com preocupação. Mesmo com uma cobertura vacinal razoável, temos uma população em que a vacina é menos efetiva – pessoas acima de 80 anos ou imunossuprimidas – e ainda temos a Covid longa”, destaca Bastos.
Reflexo do fim das medidas de proteção
O neurocientista Miguel Nicolelis alertou, na quinta-feira (26/5), em seu perfil do Twitter, para a possibilidade de nova onda. Segundo o profissional, uma conjunção de fatores explica por que os casos estão crescendo: as medidas de contenção da transmissão do vírus foram eliminadas, a janela de imunidade criada pelas vacinas está acabando, e novas variantes do coronavírus estão em circulação.
“Este é um dos momentos de maior risco da pandemia”, afirmou.
Retorno das máscaras
O último boletim InfoGripe mostrou que a Covid-19 voltou a ser a principal causa de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no país.
Com o avanço dos casos, alguns municípios brasileiros voltaram a recomendar o uso de máscaras, e escolas estão pedindo que os estudantes usem o item de proteção.
O pesquisador Leonardo Bastos avalia que a recomendação é acertada, especialmente em ambientes fechados, dentro do transporte público e em lugares onde há pouca ventilação.
“Estamos lidando com uma doença de transmissão área. Portanto, máscaras de boa qualidade são fundamentais para prevenir a transmissão, seja evitando que uma pessoa infectada passe o vírus para outros ou que uma pessoa se infecte”, explica.
Outras formas de evitar a nova onda
A vacinação completa (com todas as doses indicadas para cada grupo) continua sendo a principal maneira de reduzir consideravelmente o risco de hospitalizações e óbitos provocados pela infecção do coronavírus.