Quarentena de luxo: entenda como é o serviço para vacinar brasileiros nos EUA
A oferta de vacinas em NY animou pessoas que possuem recursos para a viagem, mas as fronteiras ainda estão fechadas para o Brasil
atualizado
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A notícia de que a cidade de Nova York, nos Estados Unidos, vai começar a oferecer vacinas da Johnson & Johnson contra a Covid-19 para visitantes como parte de seus atrativos animou brasileiros com recursos financeiros suficientes para praticar o chamado “turismo de vacinas”.
Como um negócio puxa o outro e, atualmente as fronteiras dos EUA estão fechadas para viajantes que vem do Brasil, não demorou que um novo serviço começasse a ser oferecido. Agências de viagem nacionais estão anunciando “pacotes de quarentena”, no qual os viajantes ganham um carimbo estratégico no passaporte para conseguir entrar nos Estados Unidos. Um dos anúncios oferece: “Viaje para o Caribe e vacine-se em Nova York”.
Entre os destinos promovidos para a realização da “quarentena de luxo” estão resorts em praias paradisíacas na República Dominicana e nas ilhas de Turks & Caicos. O México e o Panamá também vem sendo apresentados como países para uma parada prévia.
Depois de uma estadia de 14 dias nestes destinos intermediários, os viajantes precisam de um teste negativo de Covid-19 de até três dias antes do embarque para tomar o avião para os Estados Unidos. No destino final, existe uma recomendação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de que os viajantes façam um novo teste de três a cinco dias após a chegada e de fiquem isolados por sete dias ao desembarcar.
Antes de fazer as malas, no entanto, é importante ter em mente que o destino intermediário pode oferecer risco de contágio. Em entrevista ao Metrópoles, o infectologista André Bon, do Hospital Brasília, lembrou que, em uma pandemia mundial, esse perigo deve ser considerado. “Turismo de vacina é um assunto muito delicado. Existe inclusive o risco de contaminação durante o deslocamento”, afirmou.
Uma estratégia para diminuir o risco seria conferir a lista do CDC sobre os países onde a transmissão está mais alta. Recentemente, 80% dos países estavam listados como “Nível 4″, o que significa uma possibilidade de contágio muito alta. Outro ponto importante é que a exigência de visto continua mantida e que, temporariamente, as embaixadas do país não estão concedendo novas autorizações de entrada.
Fronteiras fechadas
Desde maio de 2020, os brasileiros estão proibidos de entrar nos Estados Unidos. A decisão do ex-presidente Donald Trump, seguida pelo atual, Joe Biden, restringe a entrada de passageiros que estiveram no país no período de 14 dias anteriores ao desembarque. Na lista vermelha dos EUA, também inclui África do Sul, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, China, Índia e Dinamarca.