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Quando a tristeza emagrece: especialista explica o que ocorre no corpo

Perder peso não significa necessariamente ganhar saúde. Emagrecimento causado pela depressão deve ser levado a sério

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Dieta militar
1 de 1 Dieta militar - Foto: Freepik

Há quem recorra à comida como recompensa ou conforto para aliviar tensões, estresses, ansiedades e tristezas, um hábito que ficou conhecido como “fome emocional”. Mas há pessoas que reagem justamente ao contrário, pois elas rejeitam a ingestão de alimentos quando sentem emoções negativas.

Nesses casos, em vez de ativar o mecanismo de recompensa, o cérebro ativa o bloqueio e a repulsa à comida, segundo explica o médico Fernando Alves, endocrinologista do Hospital Santa Lúcia e membro titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBE).

Recentemente, famosas contaram nas redes sociais que emagreceram num período de abalo emocional. Uma delas é Tatá Werneck, cujo relato é de que chegou a pesar 40 kg ao vivenciar o luto pela morte do ator Paulo Gustavo, vítima da Covid-19. Os dois eram amigos próximos.

A atriz também criticou seguidores que a “parabenizaram” pela magreza. “Eu me forçava a comer, tomava uns negócios saudáveis para engordar. Mas as pessoas me davam parabéns. Não era saudável. É muito doido pensar que alguém vê uma pessoa magra, que está deprimida, e fala: ‘Está ótima’. Ótimo é estar saudável”, escreveu a atriz.

A apresentadora e ativista Luisa Mell revelou a seus seguidores que estava abaixo do peso ideal, com 47 kg. Ela está se recuperando do fim do casamento com Gilberto Zaborowsky. Nas redes sociais, assinalou: “Tem gente que engorda, eu emagreço com tristeza e problemas… Mas agora vou me amar, me cuidar e engordar”.

Problemas sérios

Segundo o endocrinologista, os períodos de luto ou tristeza podem ocasionar momentaneamente mudanças na alimentação, provocando casos de perda ou ganho de peso. A princípio, isso não é grave, mas deve ser controlado para não evoluir para quadros de transtorno alimentar.

“Os transtornos, como a anorexia e a bulimia, podem causar problemas mais sérios, como déficit de vitaminas, impactando na produção de hormônios. Muitas vezes, esse estresse constante pode aumentar a produção de alguns hormônios, como o cortisol, que tendem a alterar a sensação de fome”, observa o especialista.

Se a alteração na alimentação persistir por mais de duas semanas, às vezes acompanhada por fraqueza e indisposição generalizadas, com episódios de desmaios, é preciso buscar tratamento multidisciplinar, com psicólogos, endocrinologistas, nutricionistas e outros profissionais.

Fernando Alves acrescenta que é importante informar aos mais próximos sobre o abalo emocional, para que isso não provoque doenças mais graves. “Não podemos deixar esses casos se banalizarem, falar que é um desleixo da pessoa, por exemplo, porque essa pessoa pode estar enfrentando várias outras dificuldades”, alerta o médico.

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