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Qualidade dos espermatozoides piora após Covid, diz estudo

Pesquisadores da Espanha mostraram que a quantidade de espermatozoides e a qualidade deles caem após uma infecção provocada pelo coronavírus

atualizado

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ilustração de espermatozoides
1 de 1 ilustração de espermatozoides - Foto: iStock

Pesquisadores em fertilidade humana da Espanha descobriram que a infecção pelo coronavírus pode levar os homens a uma queda na concentração de espermatozoides por mais de três meses. Além disso, a qualidade do sêmen se torna pior, mesmo entre os que enfrentaram apenas quadros leves da doença.

Estudos anteriores já haviam mostrado prejuízos na fertilidade a curto prazo para os pacientes da Covid-19, mas este é o primeiro a estabelecer que as sequelas duram mais de três meses.

A pesquisa dos cientistas da UR International Group, Unidade de Reprodução Científica de Madri, foi apresentada nesta segunda-feira (26/6), na 39ª reunião anual da Sociedade Europeia de Ciências Humanas Reprodução e Embriologia (ESHRE).

Eles perceberam que a qualidade do sêmen de alguns homens atendidos em clínicas na Espanha era pior após a infecção pelo coronavírus do que antes e se debruçaram em estudos que pudessem explicar se havia alguma relação de causa e efeito.

Amostras

Os pesquisadores recrutaram, entre fevereiro de 2020 e outubro de 2022, 45 homens com média de idade de 31 anos e diagnóstico confirmado de Covid-19. Todos frequentavam clínicas reprodutivas na Espanha e já tinham dados de análises de amostras de sêmen coletadas antes da infecção pelo coronavírus.

As informações foram comparadas com várias amostras coletadas no intervalo entre 15 e 100 dias após a infecção.

Imagem colorida: espermatozoide chega ao óvulo
A capacidade dos espermatozoides de se mover e nadar para frente (motilidade) e a contagem total de espermas foram os aspectos mais afetados no pós-Covid

A capacidade de se mover e nadar para frente (motilidade) e a contagem total de espermas foram os aspectos mais afetados. Mesmo os homens que forneceram novas amostras cem dias depois não demonstraram melhora nos dois indicadores.

De acordo com os resultados, também houve uma diferença significativa no volume do sêmen, na concentração de esperma e no número de espermatozoides vivos. Metade dos homens teve contagens totais de esperma 57% menores após a infecção em comparação com as amostras coletadas anteriormente.

O corpo humano leva cerca de 78 dias para criar um novo esperma. No entanto, mesmo após uma média de 100 dias depois da infecção pelo coronavírus não houve uma melhora na qualidade ou na concentração do esperma.

“Presumimos que a qualidade do sêmen melhoraria assim que novos espermatozoides fossem gerados, mas não foi o caso. Não sabemos quanto tempo pode levar para a qualidade do sêmen ser restaurada e pode ser que a Covid-19 tenha causado danos permanentes, mesmo em homens que sofreram apenas uma infecção leve”, afirma a professora Rocio Núñez-Calonge, consultora científica do instituto espanhol.

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