Qualidade do sono pode influenciar ciclos menstruais, aponta pesquisa
Estudo aponta que menstruação de mulheres que dormem menos tem 44% mais chances de ser irregulares e 70% de serem mais intensas
atualizado
Compartilhar notícia
Ciclos menstruais podem ser influenciados pelo sono. De acordo com estudo publicado no Journal of Sleep Research, o período menstrual de mulheres que dormem menos de seis horas por noite tem 44% mais chances de ser irregular e 70% mais probabilidade de ter maior intensidade, quando comparado ao de mulheres com um sono de sete a nove horas.
Foram analisados dados de 579 adultas com idades entre 22 e 60 anos que participaram da pesquisa de Atividade de Sono e Saúde, Dieta, Meio Ambiente e Socialização (Shades). As participantes classificaram a regularidade e intensidade da menstruação, a qualidade do sono e a sensação de cansaço durante o dia.
Para os pesquisadores, os resultados “demonstram uma associação entre curta duração, má qualidade do sono, fadiga, estresse e depressão com sangramento mais intenso e irregularidade do ciclo menstrual, destacando a necessidade de mais estudos para melhorar as opções de tratamento.”
Kat Kennedy e Sara Nowakowski, autoras do estudo, contaram em entrevista para o site de divulgação científica The Conversation que quando as mulheres apresentam sintomas de irritabilidade e fadiga antes ou durante a menstruação, elas podem sofrer com problemas no sono. Em contrapartida, a própria insônia é capaz de intensificar os sintomas pré-menstruais, dificultando ainda mais uma boa noite de sono.
Outros estudos apontam que a tendência de uma pior qualidade do sono é maior nas mulheres, principalmente em idosas. Segundo o Ministério da Saúde, a insônia pode ser definida como uma experiência de sono inadequado, com dificuldade em iniciar ou manter o sono, despertar precoce e a sensação de que o sono não foi capaz de recuperar do cansaço.
Uma pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto do Sono revelou que a dificuldade de dormir afeta 66,8% dos brasileiros na pandemia. O levantamento ouviu 1.600 pessoas de 24 estados no Brasil, que responderam a um questionário virtual. Além disso, 59,4% das pessoas acordam várias vezes durante a noite.