Técnica usa imagens da língua e retina para definir idade biológica
Pesquisadores desenvolveram o método de cálculo de idade biológica que funciona analisando imagens e pode identificar risco de doenças
atualizado
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Pesquisadores chineses desenvolveram um novo método para estimar a idade biológica de uma pessoa. A técnica faz análise de imagens do rosto, língua e retina.
Segundo estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) nessa segunda-feira (8/1), a ferramenta usa as imagens para estimar o risco de aparecimento de doenças relacionadas ao envelhecimento.
O que é idade biológica?
A idade biológica não é uma questão de aparência ou sensação: ela avalia a forma que o envelhecimento impacta os processos celulares do corpo e muitas vezes é diferente da idade cronológica. Ela leva em conta o estado de funcionalidade do organismo e pode ser maior ou menor que a idade cronológica, a depender, por exemplo, de cuidados com a saúde e fatores ambientais.
A identificação e padronização de marcadores de idade biológica que podem ser utilizados para prever o risco de doenças sempre foi um desafio para a medicina. Em geral, a idade biológica era estimada a partir da regularidade de fatores como pressão arterial, glicemia, níveis de colesterol, circunferência da cintura e capacidade pulmonar.
A escolha dos novos marcadores
A inteligência artificial (IA) criada pelos chineses, batizada de AgeDiff, parte de outros princípios. Ela mede biomarcadores como idade da retina, idade facial e medição da saúde da língua para estimar o que está acontecendo no interior do DNA das células.
A retina é um dos principais índices. O nervo óptico contém terminações nervosas que o conectam diretamente ao sistema nervoso central, tornando a retina um indicador potencial da saúde do cérebro.
Além disso, a exposição ao microbioma e o padrão de alimentação, deduzidos a partir de imagens da língua, podem ser indicadores da saúde da cavidade oral e do trato gastrointestinal. Já o exame do rosto avalia micro-rugas e marcas de expressão para entender o envelhecimento da pele.
Como o sistema calcula a idade biológica?
A ferramenta de IA é comparativa. Foram computadas imagens faciais, da língua e da retina de um grupo de mais de 11 mil voluntários saudáveis para treinar e validar o modelo. Posteriormente, imagens de 3 mil participantes que apresentavam diversas doenças crônicas ou fatores de risco conhecidos para as condições foram utilizadas para testar o modelo.
As fotos da face, retina e língua foram comparadas com informações médicas relevantes obtidas a partir dos registros médicos dos participantes e exames usando amostras de sangue em jejum. Uso de álcool e tabagismo, informações demográficas e testes de esforço físico foram analisados para complementar os dados.
Para os pesquisadores, ficou comprovado que a IA foi capaz de “detectar as mudanças progressivas associadas ao envelhecimento e exibir habilidades precisas de previsão biológica da idade”. Agora, eles esperaram testar a capacidade do AgeDiff em prever a progressão de doenças crônicas.
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