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Qdenga: como funciona vacina contra dengue aprovada no Brasil

Vacina contra a dengue foi aprovada na quinta-feira (2/3). Ministério da Saúde pretende incorporá-la ao SUS

atualizado

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Mosquito Aedes Aegypti transmissor da dengue em dedo de pessoa - Metrópoles
1 de 1 Mosquito Aedes Aegypti transmissor da dengue em dedo de pessoa - Metrópoles - Foto: Getty Images

Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última quinta-feira (2/3), a vacina Qdenga promete ser um instrumento importante para controlar a dengue no Brasil. A doença é endêmica no país e, a cada ano, nos períodos de chuva, os casos explodem nas regiões metropolitanas.

A vacina foi desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda usando o sorotipo 2 do vírus vivo e atenuado, mas funciona contra todos os quatro tipos da doença. O imunizante está recomendado para pessoas entre 4 e 60 anos de idade, independentemente de terem tido exposição anterior ao vírus. A vacina é administrada por via subcutânea na dosagem de 0,5 ml em um regime de duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

“A aprovação de uma vacina segura e eficaz que não exija testes sanguíneos pré-vacinação é importante para ajudar a reduzir barreiras potencialmente críticas ao acesso e à administração da vacina em larga escala para a população brasileira. Acreditamos que o imunizante, juntamente com os métodos de controle do vetor, tem potencial para se tornar um importante pilar do Programa Nacional de Combate à Dengue, beneficiando a população exposta elegível à vacinação e ajudando a reduzir seu ônus sobre o sistema de saúde”, afirmou a médica Vivian Kiran Lee, diretora da Takeda no Brasil.

Eficácia e segurança

Os testes para confirmar a eficácia e a segurança da vacina foram realizados em 28 mil crianças e adultos, e incluíram o monitoramento de dados clínicos dos voluntários por quatro anos e meio.

O estudo mostrou que o imunizante foi capaz de prevenir a dengue sintomática em 80,2% dos casos no primeiro ano após a vacinação. Além disso, também conseguiu evitar hospitalizações em 90,4% dos casos nos 18 primeiros meses após a vacinação.

De acordo com a farmacêutica, a fórmula geralmente é bem tolerada, sem evidência de aumento da incidência de doença grave em pacientes soronegativos, e sem riscos de segurança importantes identificados.

Incorporação no SUS

O Ministério da Saúde anunciou, nesta sexta-feira (3/3), que vai analisar a incorporação da vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS).

A pasta esclareceu que “a inclusão da vacina para controle da dengue no SUS é prioridade”. A Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) solicitará que a análise da incorporação seja feita pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

Anteriormente, a vacina Dengvaxia também havia sido aprovada pela agência, mas para aplicação apenas em pessoas já tenham sido infectadas pelo vírus.

Dengue

Em 2022, o Brasil registrou recorde de mortes provocadas por dengue. Foram 1.016 óbitos pela doença, segundo boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente de janeiro. Outros 109 casos estavam em investigação.

Entre os estados, São Paulo foi o que registrou o maior número de vítimas: 282. Em seguida, apareceram Goiás (162), Paraná (109), Santa Catarina (88) e Rio Grande do Sul (66). Ao todo, foram 1.450.270 casos prováveis, sendo 1.473 graves e 18.145 com sinais de alarme.

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