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Punir filho que faz xixi na cama piora o quadro, alerta pediatra

Situação é normal até os 5 anos de idade, mas a falta de conhecimento dos pais pode provocar insegurança e alterações de humor nas crianças

atualizado

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Micose en crianças
1 de 1 Micose en crianças - Foto: Divulgação

Até 15% das crianças com cinco anos de idade fazem xixi na cama , segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. Apesar de comum, o desconhecimento dos pais sobre o transtorno, chamado de enurese noturna, desencadeia falta de habilidade para lidar com os pequenos que enfrentam essa dificuldade. Quem sofre as consequências são os filhos, que podem perder autoestima, se isolar socialmente, ficar inseguras e com alterações de humor.

Uma das piores reações que os responsáveis podem ter, segundo especialistas, é punir a criança quando um episódio desses ocorrer. De acordo com um estudo realizado no Brasil, pelo menos 50% das crianças enuréticas já sofreram punição física após acordar com a cama molhada.

“Esse é um dos principais erros que os pais cometem: achar que a criança é culpada e usar do castigo para reprimir o filho”, destaca José Murillo B. Netto, urologista pediátrico e chefe da disciplina de Urologia na Universidade Federal de Juiz de Fora. Outra falha grave é não procurar atendimento especializado por achar que o transtorno “passará” com o tempo.

A punição dos pais ou responsáveis pode, ao contrário, piorar o quadro de enurese noturna, porque aumenta o nível de estresse e de sofrimento das crianças. “Nenhum tipo de repreensão é benéfico, principalmente, porque a criança não tem a menor culpa pelos episódios de xixi na cama”, reforça o especialista.

Os adultos costumam acreditar que o pequeno tem preguiça de levantar-se à noite para ir ao banheiro e, por isso, não controlam a urina durante o sono. Entretanto, sabe-se que a enurese noturna está associada a disfunção urinária e/ou intestinal, distúrbios emocionais e de comportamento e a alterações respiratórias. Por esse motivo, apoiar-se apenas na crença de que o quadro vai melhorar naturalmente prejudica a criança.

“A prática clínica mostra que, quando os pais são acompanhados com psicólogo durante o tratamento e orientados quanto aos prejuízos da punição, o resultado é melhor, com resposta mais rápida à terapia escolhida. A principal dica nesses casos é buscar médicos especializados em transtornos urológicos pediátricos, que são profissionais acostumados a lidar com a enurese noturna e entendem as frustrações e o estresse do transtorno para toda a família”, completa o urologista.

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