Mulher que teve psicose pós-parto 2 vezes é tratada com eletrochoque
Inglesa que teve psicose pós-parto afirma ter vivido um inferno consumida pela culpa antes de fazer tratamento
atualizado
Compartilhar notícia
Com sintomas como alucinações e raiva intensa, a psicose pós-parto é um quadro raro, que afeta duas mães em cada mil, mas que pode colocar em risco a integridade física da criança e da genitora.
A inglesa Kayleigh Avery, 38, teve psicose pós-parto em suas duas gestações. Ela descreve o quadro como um “inferno de culpa”. Os sintomas apareceram tanto após o parto de Daisy, há 10 anos, como o de Jasmine, há cinco.
O que é a psicose pós-parto?
Enquanto a depressão pós-parto tem sintomas como baixa autoestima, desânimo, isolamento social e tristeza; a psicose leva a alucinações, insônia, agitação e raiva intensa.
“Sofri com essa doença cinco dias depois de dar à luz minha primeira filha, Daisy, e novamente com minha segunda filha, Jasmine. Felizmente, para mim, minha família incrível e a parteira notaram que algo não estava certo e obtive a ajuda que precisava muito rapidamente”, afirma ela nas redes sociais.
Na primeira vez, Kayleigh conseguiu controlar os sintomas ao tomar antidepressivos. Em entrevista ao Daily Mail, ela conta que sabia que as chances de voltar a ter os sintomas no segundo parto eram altas e, por isso, separou medicações para tentar a controlar a condição mais uma vez.
Após o parto de Jasmine, porém, a psicose retornou de forma muito mais grave, e ela sentia uma sensação de culpa constante. No caso de Kayleigh, a condição a deixou sem dormir e com medo de ser incapaz de cuidar dos filhos. Por medo de fazer algo errado, ela deixou de alimentar a bebê e não deixava que outras pessoas se aproximassem com medo de que a filha fosse sequestrada.
“Vivi um inferno ao ser consumida por essa culpa. Tenho certeza que se não tivessem feito uma intervenção a tempo, algo muito ruim poderia ter acontecido”, afirma ao jornal inglês.
Tratamento de eletrochoque foi usado
Os remédios não adiantaram e a mãe precisou ser internada por mais de um mês, passando por várias terapias, inclusive a eletroconvulsoterapia, conhecida como eletrochoque.
A terapia foi criada em 1930, quando se observou que pacientes em surto psicótico que também sofriam de epilepsia pareciam ter melhora nos sintomas após as convulsões. Os médicos começaram a usar cargas elétricas para induzir convulsões mas, pelo pouco controle da intensidade elétrica, muitos pacientes ficaram gravemente feridos e a terapia entrou em desuso.
Apenas a partir dos anos 1980, com melhores tecnologias, ela foi pouco a pouco retomada para tratar depressão grave, transtorno bipolar e esquizofrenia.
Após o tratamento, Kayleigh se recuperou completamente e hoje é uma ativista para conscientizar as futuras mamães sobre os perigos da psicose pós-parto e de como é possível observar seus sinais para fazer o tratamento a tempo.
Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!