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Existe terapia em dia? Psicólogos contestam frase feita da web

Psicólogos apontam que expressão criada para valorizar o cuidado com a saúde mental acabou sendo deturpada nas redes

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Foto mostra a mente de um casal unida, processo terapeutico, terapia de casal
1 de 1 Foto mostra a mente de um casal unida, processo terapeutico, terapia de casal - Foto: Getty Images

Zapeando pelos aplicativos de relacionamento, é fácil encontrar perfis em que aparece a frase “busco alguém com terapia em dia“. Mas será que existe um ponto no tratamento em que o paciente está atualizado com a saúde mental, ou é uma expectativa irreal?

O psicólogo Jayme Pinheiro Rabello, que atende em Brasília, indica que a moda do “terapia em dia” é boa para consolidar a importância de se cuidar da saúde mental, mas pode esconder o outro lado da moeda, banalizando o processo terapêutico que raramente chega a estar de acordo com as metas.

“A função de um processo de psicoterapia é trazer qualidade de vida e os elementos envolvidos são voláteis. As pessoas estão usando a frase de maneira um pouco leviana: é uma compreensão do bem-estar de uma forma muito funcional”, indica o especialista.

Para a psicóloga Eduarda Rezende Freitas, professora dos programas de pós-graduação em Psicologia e Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, a expressão também representa um vazio, já que a ideia de ter a terapia em dia não existe no processo psicoterapêutico.

“O mais correto seria dizer que está buscando alguém que se preocupa com a saúde mental ou mesmo quer ser uma pessoa melhor. Além do mais, fazer terapia não dá qualidades intrínsecas a ninguém. O processo terapeutico é para ajudar as pessoas a manejarem seus comportamentos disfuncionais e há quem o faça de diversas formas que não necessariamente passam por um consultório. O maior perigo é entender essa expressão ‘terapia em dia’ como sinônimo de uma pessoa saudável, funcional, feliz, um ótimo parceiro. A terapia não necessariamente dá isso”, aponta Eduarda.

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Estresse: se a irritação é recorrente e nos leva a ter reações aumentadas frente a pequenos acontecimentos, o sinal vermelho deve ser acionado. Caso o estresse seja acompanhado de problemas para dormir, é hora de buscar ajuda

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Além de fatores genéticos, a longevidade pode estar associada à quantidade de vezes que a pessoa ficou doente

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Lapsos de memória: se a pessoa começa a perceber que a memória está falhando no dia a dia com coisas muito simples é provável que esteja passando por um episódio de esgotamento mental

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Alteração no apetite: na alimentação, a pessoa que come muito mais do que deve usa a comida como válvula de escape para aliviar a ansiedade. Já outras, perdem completamente o apetite

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Autoestima baixa: outro sinal de alerta é a sensação de incapacidade, impotência e fragilidade. Nesse caso, é comum a pessoa se sentir menos importante e achar que ninguém se importa com ela

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Desleixo com a higiene: uma das características da depressão é a perda da vontade de cuidar de si mesmo. A pessoa costuma estar com a higiene corporal comprometida e perde a vaidade

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Sentimento contínuo de tristeza: ao contrário da tristeza, a depressão é um fenômeno interno, que não precisa de um acontecimento. A pessoa fica apática e não sente vontade de fazer nada

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Para receber diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, é muito importante consultar um psiquiatra ou psicólogo. Assim que você perceber que não se sente tão bem como antes, procure um profissional para ajudá-lo a encontrar as causas para o seu desconforto

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Terapia não cumpre agenda

A especialista aponta que ponderar os alcances limitados e progressivos da terapia é um cuidado que todos os profissionais devem ter ao tratar seus pacientes.

“O acompanhamento psicológico não é simplesmente dar um check em uma tarefa na agenda. Ele envolve muito mais engajamento, um processo de mudança complexo e muitas vezes dolorido. Se por um lado a gente está normalizando a importância da psicoterapia, por outro, temos que tomar cuidado pra evitar essa ideia de usar a psicoterapia como moeda de valor”, complementa.

Para muitos, a frase “terapia em dia” começou justamente a ter o efeito contrário, afastando pessoas que poderiam interessar o usuário.

“Quando alguém usa a terapia para se promover, esse indivíduo está buscando um ponto de autoafirmação, dizendo ‘eu sou um ser humano típico, cuido de mim, pode se aproximar’. Mas é uma tentativa desinformada. Claro que, comparado com um passado próximo de total rejeição à terapia, é positivo. É bom que as pessoas se interessem pela saúde mental — porém, falta entendê-la”, conclui Rabello.

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