“Provavelmente teremos novas variantes em 2022”, diz diretora da OMS
Mariângela Simão alerta que os diagnósticos relacionados à variante Ômicron já superam o total de casos registrados em 2020
atualizado
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A diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mariângela Simão, disse, nesta quinta-feira (27/1), acreditar que novas variantes do coronavírus provavelmente surgirão ao longo do ano.
“Algumas pessoas estão falando que esta (Ômicron) é a última variante porque é altamente transmissível. A OMS reforça que não há base científica neste momento para supor isso. É a última variante que foi identificada, mas é muito provável que teremos novas variantes ao longo do ano”, disse Simões durante webinar do Global New Economy Forum.
As características de alta transmissibilidade da variante Ômicron continuam a preocupar a OMS. A diretora adjunta para Acesso a Medicamentos, Vacinas e Produtos Farmacêuticos pediu que a população não relaxe com os cuidados tomados até aqui contra a Covid-19.
Desde que a nova cepa foi identificada, há apenas dois meses, mais de 80 milhões de casos da infecção foram registrados globalmente. “O que é mais do que o total que foi reportado em 2020”, frisou.
“Não relaxe, não pense que esta é a última variante. Não é hora de pararmos o que estamos fazendo agora e pensar que precisamos conviver com o vírus”, disse Simão.
A brasileira destacou que o aumento do número de mortes em todas as regiões do mundo ainda não é expressivo e pode estar diretamente relacionado à explosão de novos casos diários. Mas os indicativos de que a Ômicron é menos letal do que as variantes anteriores também podem ser um reflexo da alta cobertura vacinal.
“O que sabemos da Ômicron é que ela é altamente transmissível, mais do que o vírus inicial e a variante Delta. Em relação à gravidade da doença, há um indicativo de que ela seja menos grave, mas pode ser por causa da alta cobertura vacinal em muitos países”, disse.
Ajuda à África
O encontro virtual do Global New Economy Forum reuniu 32 embaixadores da África e representantes brasileiros à frente de projetos ligados à Covid-19, como o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Instituto Butantan, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista em Franca (Unesp).
Os pesquisadores e as autoridades participantes usaram o espaço para discutir a situação da África durante a pandemia e levantaram maneiras para compartilhar conhecimento e tecnologia com os países do continente a fim de contribuir com o combate à Covid-19.