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Protetor solar: como o produto evita os danos da radiação?

Dermatologista explica de que forma o filtro pode agir bloqueando ou transformando a radiação e dá dicas de como escolher o seu

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filtro solar pele sol
1 de 1 filtro solar pele sol - Foto: iStock

Os filtros solares têm várias versões, como spray, loção, cápsula, creme, gel e cera, e são compostos por uma mistura de produtos químicos que agem de diferentes formas. Segundo Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ao escolher um protetor, o consumidor tende a ser guiado apenas pelo número do FPS. “Mas, na formulação de um fotoprotetor, dois tipos podem ser encontrados: os orgânicos (químicos) e os inorgânicos (físicos)”, detalha a médica.

Veja como funciona cada um deles:

Filtros físicos

Alguns produtos químicos inorgânicos, incluindo minerais como óxido de zinco ou dióxido de titânio, atuam na forma de um filtro solar físico. “Por meio de mecanismos ópticos, eles refletem ou dispersam os raios solares. Atuam de maneira semelhante ao modo como a tinta branca reflete a luz, uma verdadeira barreira em que a luz bate e volta”, explica a médica.

Nas décadas de 1980 e 1990, era comum que o protetor solar com filtro físico deixasse o rosto de cor branca, justamente por causa desses compostos. “Hoje, os fabricantes tornaram as partículas inorgânicas muito menores. Então, não vemos o branco visível, mas há a proteção da mesma forma”, diz a dermatologista.

Mais estáveis e com pouca capacidade de penetração na pele (já que formam uma barreira na superfície), esse filtro é indicado para todos em associação aos químicos. Ele pode, ainda, ser utilizado isoladamente em gestantes, crianças, pacientes alérgicos e até com sensibilidade cutânea elevada, segundo Kédima.

Filtros químicos

Apesar da boa atuação da barreira dos filtros físicos, ela não é totalmente eficaz. Por isso, muitos produtos associam também filtros químicos à composição. “Eles fazem uma defesa filtrando os raios nocivos, ou seja, há uma transformação química da energia da radiação ultravioleta e a energia de baixa intensidade que atinge a pele não traz os malefícios da radiação”, detalha Kédima Nassif.

Com isso, evita-se problemas como queimaduras, envelhecimento precoce e até câncer de pele. A ação, contudo, depende do índice utilizado. Quanto a esse tipo de filtro, a médica faz um alerta.

“Os raios UVB e InfraRed furam o bloqueio dos filtros químicos de alguns produtos de fotoproteção e causam dano celular. Em consequência, provoca também flacidez com envelhecimento precoce da pele”, explica.

“Eles também podem ser instáveis na presença de suor, água do mar e calor. Então, produtos que só contam com filtro químico precisam de mais atenção na reaplicação”, avisa a dermatologista.

Como escolher o ideal

Formulações que combinam filtros químicos e físicos potencializam o efeito fotoprotetor. A presença de alguns antioxidantes, contudo, pode fazer com que o produto seja ainda mais eficaz.

“As moléculas antioxidantes são de extrema importância, pois elas potencializam a proteção solar, fazendo com que o dano da radiação seja em parte revertido, anulando os radicais livres formados”, justifica Nassif. Os principais ativos presentes nas fórmulas desses produtos são vitamina C, resveratrol, vitamina E, ácido ferúlico, OTZ 10 e alistin, segundo a médica.

Kédima detalha que o FPS nos frascos dos filtros solares representa o fator de proteção solar e refere-se a quão bem o produto é capaz de proteger a pele contra um tipo de radiação ultravioleta, chamado UVB. Os raios UVB são os responsáveis por causar queimaduras solares e vários tipos de câncer de pele.

Outro tipo de radiação, chamada UVA, penetra mais profundamente na pele e pode causar rugas prematuras, manchas da idade e também pode aumentar o risco de alguns tipos de câncer de pele. No rótulo, a proteção contra o UVA é representada pelo PPD, que deve ser de pelo menos 1/3 do FPS.

“Procure sempre no rótulo a informação ‘proteção de amplo espectro’, que é usada para descrever um protetor que também protege contra o calor e a luz visível, além da radiação solar”, ensina a dermatologista.

A recomendação geral, segundo a médica, é optar por um protetor solar de FPS 30. “De qualquer forma, o filtro solar não é uma solução definitiva. As organizações de saúde recomendam fortemente o uso de chapéu e óculos de sol, roupas e sombra para proteger sua pele”, finaliza.

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