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Protetor solar: 10 perguntas sobre como usar e qual escolher

Médicas dão orientações sobre o que levar em conta na hora de comprar e passar o protetor solar, a fim de garantir um uso seguro e eficaz

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Alto Astral / Reprodução
mulher usando protetor no rosto no sol na praia com chapeu
1 de 1 mulher usando protetor no rosto no sol na praia com chapeu - Foto: Alto Astral / Reprodução

A recomendação dos dermatologistas é a mesma para todo mundo: aplicar protetor solar todos os dias, independentemente se a pessoa vai ou não ficar exposta diretamente ao sol. Mas, na hora de comprar o produto, pode ser difícil saber qual é o ideal para cada um, pois são muitas opções disponíveis.

Para tirar o melhor proveito desse aliado da saúde, é importante saber quais informações procurar no rótulo na hora de eleger um protetor para chamar de seu e como utilizá-lo.

Para facilitar sua escolha, a Agência Einstein conversou com dermatologistas. Confira as orientações nas respostas a seguir:

1. Qual é a diferença entre os filtros solares químicos e os físicos?

Os protetores químicos contêm compostos que absorvem e transformam os raios UV em calor. Eles têm textura mais leve, deixam menos resíduos e espalham melhor. Por isso, são boas opções para quem tem pele oleosa e menos sensível. Também funcionam bem quando usados sob a maquiagem.

Já os físicos criam uma barreira sobre a pele que reflete e dispersa os raios. “Os protetores físicos são ideais para pessoas com pele mais sensível, como as que têm dermatite, rosácea ou melasma, pois oferecem proteção contra a luz visível, que também provoca envelhecimento e manchas no tecido”, explica a dermatologista Flávia Brasileiro, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Os protetores físicos também são recomendados para gestantes, lactantes e crianças. “Eles são ideais para bebês de 6 meses a 1 ano de vida, que não podem fazer uso das versões químicas”, acrescenta Selma Hélène, dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

Mas atenção: muitos produtos oferecem os dois tipos de proteção, então quem tem bebê precisa checar o rótulo e estar ciente de que, antes dos 6 meses, nenhum tipo de protetor deve ser aplicado.

2. É verdade que FPS acima de 30 não faz diferença?

A escolha do fator de proteção solar, o FPS, deve levar em consideração aspectos como o tom da pele, a presença de doenças fotossensíveis (lúpus eritematoso, por exemplo), os melasmas, a intensidade de exposição solar, as condições de saúde e a tendência ao câncer de pele.

“Embora seja verdade que a diferença na proteção contra os raios UVB de um filtro 30, 50 ou 70 seja pequena, os produtos com FPS 50 ou mais geralmente ajudam também na proteção contra a radiação UVA”, afirma Flávia Brasileiro. Na embalagem, o nível de proteção contra os raios UVA pode aparecer junto à sigla PPD ou como “FP-UVA”.

Além disso, esses protetores costumam conter antioxidantes que ajudam a neutralizar os danos causados pela luz vermelha e infravermelha, que também podem prejudicar o tecido cutâneo, ampliando os benefícios da fotoproteção.

3. Qual é o mais indicado: proteção com cor ou sem cor?

As fórmulas com cor oferecem uma proteção extra, pois o pigmento forma uma barreira física sobre a pele. Além disso, esses produtos ajudam na proteção contra a luz visível, proveniente de lâmpadas e dispositivos eletrônicos, que também acelera o envelhecimento e causa manchas.

É importante saber que a maquiagem com proteção não substitui o protetor. Esses cosméticos até ajudam a proteger a pele, mas têm FPS muito baixo, não protegem contra os raios UVA e não são resistentes ao suor. Isso sem falar que a maquiagem não cobre toda a extensão da pele.

4. Preciso de um filtro diferente para o corpo e o rosto?

No que diz respeito à proteção, não há problema em aplicar o mesmo produto no corpo e no rosto. Entretanto, o ideal é ter um para cada região, pois as fórmulas desenvolvidas para o corpo são mais gordurosas e pesadas. Ao usar o protetor do corpo no rosto, a pele pode ficar mais oleosa e favorecer o aparecimento de acne em quem tem tendência ao problema.

5. O protetor usado na praia deve ser diferente daquele aplicado no dia a dia?

Os produtos são os mesmos, mas o ideal é que os utilizados quando a pessoa fica muito tempo exposta ao sol tenham FPS 50 ou superior. Além disso, é importante optar por fórmulas resistentes à água e ao suor, já que o contato com o líquido tende a reduzir sua eficácia.

A orientação dos dermatologistas é aplicar o protetor 30 minutos antes de se expor sol. Esse é o tempo necessário para que o produto possa agir. Reaplique a cada duas horas ou imediatamente após nadar ou transpirar intensamente, secando a pele antes de espalhar o produto. Vale apostar também de proteções físicas, como chapéu, roupas com proteção UV e óculos de sol.

6. Protetores que contam com substâncias antioxidantes são boas opções?

Sim, esses produtos são bem-vindos no nécessaire. A ação antioxidante, além de ser mais eficaz contra os radicais livres, melhora a proteção, ajudando a reparar o processo inflamatório desencadeado pela incidência da radiação solar.

Exemplos de ingredientes que têm essa ação e podem estar presentes na formulação do protetor são as vitaminas C e E; polifenóis, provenientes de substâncias como chá-verde e cacau; e resveratrol.

Mas há versões com outras tecnologias, focadas na preservação do colágeno ou na desinflamação, por exemplo. “Existem ainda produtos com princípios ativos contra os pigmentos que mancham a pele, evitam espinhas e fazem com que a fórmula fique mais hidratante”, acrescenta a dermatologista do Einstein.

7. Os protetores de uso oral são eficientes? Se sim, como usá-los?

A fotoproteção oral utiliza substâncias que neutralizam os radicais livres gerados pela exposição solar, reduzindo o estresse oxidativo que acelera o envelhecimento da pele e a inflamação do tecido. “Estudos indicam que esses produtos podem aumentar a resistência da cútis à vermelhidão induzida pela radiação UV”, conta a médica da SBD.

Mas cuidado: os protetores orais não substituem o uso dos filtros tópicos. Eles apenas oferecem uma proteção adicional, especialmente para indivíduos com pele sensível ou condições como melasma.

8. Qual é a melhor opção de formulação: gel, creme, spray ou bastão?

Essa escolha deve levar em consideração o tipo de pele, o ambiente em que a pessoa vai passar o dia e a eficácia da fotoproteção. Os produtos em creme são ideais para peles secas e sensíveis, pois hidratam e oferecem maior uniformidade na aplicação, garantindo proteção mais eficaz. Géis e fluidos são melhores para peles oleosas, mas podem necessitar de reaplicações mais frequentes.

Já os sprays são bons para áreas com pelos e situações que precisam de reaplicação prática e rápida, porém têm menor uniformidade na proteção. Os bastões funcionam para áreas pequenas, como rosto e lábios.

9. É preciso aplicar protetor solar quando o tempo está encoberto?

Sim. Cerca de 60% da radiação ultravioleta consegue atravessar as nuvens e isso vale especialmente para os raios UVA, que provocam envelhecimento, manchas e câncer de pele. Aliás, nesses dias o cuidado deve ser redobrado, pois não sentimos tanto calor e a pele não fica tão vermelha no momento da exposição, o que faz com que o risco de exagerar seja maior.

10. A quantidade de protetor aplicada influencia na proteção?

A quantidade faz toda a diferença e varia de pessoa para pessoa, dependendo da estatura e do peso de cada um. Uma dica é calcular uma colher de chá para rosto e pescoço, uma colher de sopa para a parte da frente do tronco, uma colher de sopa para as costas, uma colher de sopa para os dois braços e uma colher de sopa para as duas pernas.

“Estudos mostram que o brasileiro aplica muito menos do que a quantidade recomendada, reduzindo drasticamente a eficácia do FPS indicado no rótulo”, alerta a dermatologista da SBD.

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