Estudos descobrem proteínas que podem prever câncer 7 anos antes
Cientistas da Universidade de Oxford analisaram amostras de sangue de um banco de dados para encontrar proteínas que podem prever o câncer
atualizado
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Duas pesquisas feitas por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, identificaram proteínas no sangue que podem antecipar o diagnóstico de 19 tipos de câncer em até sete anos. Os estudos foram publicados na revista científica Nature Communications em 29 de abril e 15 de maio.
Foram encontradas 618 proteínas com alguma relação com o câncer, incluindo 107 que apareceram nos exames de sangue dos pacientes anos antes de eles desenvolverem a doença.
Os cientistas usaram uma técnica chamada proteômica, que analisa uma grande quantidade de proteínas em amostras de tecido de uma só vez para observar como elas interagem uma com as outras.
Os pesquisadores do primeiro estudo investigaram amostras de 44 mil pessoas que participam do UK Biobank — 4,9 mil deles desenvolveram câncer após a coleta do sangue para o projeto.
Foram comparadas as proteínas dos indivíduos que tiveram a doença e as dos que não tiveram, e os cientistas encontraram diferenças em 182 delas anos antes do diagnóstico de câncer.
No segundo estudo, dados genéticos de 300 mil pessoas com a doença foram analisados para identificar as proteínas envolvidas no desenvolvimento de câncer. Foram encontradas 40 macromoléculas que influenciam o risco de uma pessoa ter nove tipos de câncer. Porém, alterar as proteínas pode trazer efeitos colaterais não esperados.
Avanço para prevenção do câncer
Os cientistas envolvidos nas duas pesquisas consideram que a descoberta é essencial para o desenvolvimento de drogas que atuem em proteínas específicas e possam prevenir o desenvolvimento de câncer.
“Para salvar mais vidas do câncer, precisamos de compreender melhor o que acontece nas fases iniciais da doença. Dados de milhares de pessoas revelaram informações realmente interessantes sobre como as proteínas no nosso sangue podem afetar o risco de câncer. Agora, precisamos estudá-las em profundidade para ver quais delas poderiam ser usadas de forma confiável para prevenção”, explica a principal autora do primeiro estudo, a epidemiologista Karen Papier, em comunicado.
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